Operários demonstram indignação com o projeto e com o PT

Nesse 15 de abril, dia nacional de paralisação contra o Projeto de Lei 4330 e as MP’s 664 e 664, os operários da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP), assim como seus colegas da Ford e Mercedes, cruzaram os braços. O presidente nacional do PSTU e também metalúrgico, Zé Maria, marcou presença no ato e defendeu a construção de uma greve geral no país para derrotar esses ataques.

A assembleia seguida de manifestação reuniu em torno de 1500 operários, que fecharam uma das vias da Anchieta por pelo menos duas horas.

Vai ser necessário que as centrais sindicais se unam pra construir uma greve geral que pare esse país efetivamente, que pare o país inteiro pra obrigar o Congresso a arquivar o Projeto de Lei 4330, pra rejeitar as MP 664 e 665“, afirmou Zé Maria aos operários, que aplaudiram o presidente do PSTU. “Só uma greve geral vai reunir forças pra realizar esse objetivo que temos com a nossa luta“, reforçou ainda.

“A mídia passa como algo bom, mas não é”
O operário Marcos*, 42, já tem uma opinião muito bem formada sobre os perigos que o projeto da terceirização representa pra si e seus companheiros. “Esse PL vai causar perda de direitos trabalhistas, porque vai aumentar o trabalho escravo, o trabalhador vai acabar ficando mais doente e com menos recursos pra comprar remédio, se tratar“, conta o metalúrgico que há 15 anos trabalha na Volks. “A mídia está passando como algo positivo, mas na verdade não é“, diz.

Marcos já sente na família os prejuízos da precarização do trabalho, já que sua esposa é professora da rede estadual de ensino, da chamada “categoria O”. “Não tem direito nenhum, e se isso se expandir pras outras áreas também, o país vai regredir“, afirma. Não foi por acaso que a solidariedade à greve dos professores paulistas foi reafirmada a todo momento durante o ato.

Se isso passar, a coisa vai ficar feia“, afirma o colega de Marcos. Com 40 anos, 20 deles na Volks, ele teme os efeitos da terceirização principalmente na fábrica. Um metalúrgico que ouvia a entrevista ao lado dos companheiros não conseguia esconder a indignação. “Do PT eles não falam nada, eles apoiam o partido que aprova essa porcaria, mas do partido deles eles não falam nada“, disse, referindo-se à direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

*Nome fictício