Os trabalhadores dos Correios de Sergipe rejeitaram por unanimidade a primeira contra-proposta da empresa e decidiram manter a greve. Para fortalecer o movimento, os trabalhadores aprovaram a ida de uma caravana sergipana ao ato nacional em Brasília, nesta terça, dia 4 de outubro.

Nesta dia, também haverá uma audiência no Tribunal Superior do Trabalho (TST). A categoria está em greve desde o dia 13 de setembro, e a empresa pretende que o TST declare a abusividade do movimento.

A empresa apresentou uma proposta de aumento de R$ 80 para o início de 2012, além da recomposição da inflação de 6,8%. O Comando de Greve defende aumento de R$ 200 linear, mais 24% de recomposição. “A economia brasileira não está em crise. Não faz muitos dias, Dilma deu R$ 25 bilhões para os grandes industriais. Como não tem dinheiro para o trabalhador?”, questionou Vera Lúcia, presidente estadual do PSTU em sua saudação na assembléia da categoria. A CSP-Conlutas e militantes do PSTU também irão acompanhar os lutadores na viagem.

Corte do ponto
Os ânimos ficaram mais exaltados com a notícia de que os Correios de Sergipe cortaram o salário referente aos dias de greve. “Temos informações de que inclusive os salários de que alguns pelegos que continuaram trabalhando foram cortados também. Que isso sirva de exemplo. O ataque vem pra todo mundo”, argumentou Sérgio Lima, secretário-geral do sindicato de Sergipe.

Somente o fortalecimento da greve vai evitar que os pontos sejam cortados. Mas é preciso tomar cuidado com a manobra da CUT, que quer desviar o foco da greve, colocando o corte do ponto como pauta central. No site da CUT, já afirma que aceitaria a proposta vergonhosa de aumento de R$ 80, caso não haja corte dos dias parados. O nome disso é traição. É preciso tomar cuidado.

A Federação dos Trabalhadores dos Correios (Fentect) orientou que todos os sindicatos entrem com ações judiciais contra os cortes e vários sindicatos no país já conseguiram liminares proibindo o desconto. A luta continua, por um reajuste de verdade, nesta terça, em Brasília.

LEIA TAMBÉM

  • Quando se perde o medo da greve