Os patrões e o governo dizem que nossos salários não podem ser aumentados. Isso é somente para manter os altos lucros das grandes empresas.

O salário mínimo aumentou 53% no governo Lula. Esse é um dos maiores motivos de apoio ao seu governo. Mas é preciso avaliar melhor esses números.

Em primeiro lugar, Lula tinha prometido dobrar o salário mínimo em seu primeiro governo. Reajustou pela metade em dois governos. A comparação que se impõe não é com o mínimo durante o governo FHC, mas sim com o mínimo definido na constituição do país, ou seja, o salário necessário para assegurar condições mínimas de alimentação, vestuário, moradia, saúde para os trabalhadores e sua família. O Dieese calcula esse valor todos os meses e nesse momento esse salário deveria ser de R$ 2.157 reais, ou seja, quatro vezes superior ao atual.

Mas, os defensores do governo vão dizer que não é possível pagar isso, porque arrebentaria a economia. No entanto, não se ouviu nenhum deles indignado com o crescimento dos lucros das grandes empresas que aumentaram, como vimos, muito mais do que no governo tucano. Seria sim possível ter um salário mínimo do Dieese, desde que fossem reduzidos os lucros das grandes empresas.

Por outro lado, há uma diminuição dos rendimentos acontecendo com os outros trabalhadores. O salário médio dos trabalhadores privados de São Paulo (o estado mais rico do país) correspondia a R$ 2.380 reais em janeiro de 1985. No início do governo Lula, em janeiro 2003, já tinha sido reduzido à quase metade (R$ 1.233 reais) e em dezembro de 2009 seguia praticamente na mesma (R$ 1.261 reais). Se o salário médio está estagnado durante o governo Lula, enquanto houve essa pequena elevação do mínimo, é porque os salários dos trabalhadores mais qualificados foram reduzidos. É isso o que está ocorrendo com a demissão de operários antigos para contratação de outros precarizados com salários menores, a redução de salários dos petroleiros, bancários do Banco do Brasil, entre outras categorias.

Nós propomos o aumento imediato de todos os salários. É preciso duplicar já o salário mínimo, em direção ao salário mínimo definido pelo Diesse – quatro vezes maior do que é hoje.

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