Redação

Nesta sexta-feira, 20, dois deputados bolsonaristas, Gustavo Gayer (PL-GO) e Júlia Zanatta (PL-SC), divulgaram pelas redes sociais uma lista de nomes de ativistas e organizações pró-palestina que se opõem ao massacre perpetrado pelo Estado de Israel em Gaza.

Na mesma mensagem, Gayer também afirmava que acabava “de encaminhar um ofício para a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil informando, às autoridades competentes uma lista de políticos, entidades e civis brasileiros que, publicamente, já manifestaram apoio ao grujpo terrorista Hamas”. A lista aparece numa imagem timbrada com a logo da Câmara dos Deputados, e “Gabinete do Deputado Federal Gustavo Gayer”. Entre os nomes “denunciados”, além de uma série de deputados, partidos e organizações, está a da ativista pró-palestina e militante do PSTU, Soraya Misleh.

O deputado bolsonarista protagonizou recentemente um caso de racismo ao afirmar, em entrevista concedida a um podcast, que os africanos não têm “capacidade cognitiva” para ter democracia. Já a deputada Júlia Zanatta ficou conhecida por utilizar uma tiara de flores, muitas vezes associada a movimentos supremacistas, embora ela negue. O adereço, para a deputada, visa “exaltar a feminilidade e representar a cultura alemã”. Zannata pediu a seus seguidores que “listassem” nos comentários os nomes de quem deveria ser perseguido.

Já Gayer chegou a postar nas redes a lista com os nomes que, segundo ele, enviou à embaixada norte-americana, mas, num ato de covardia e prevendo que a imagem já circulava, apagou.

Perseguição e intimidação

Além de expressar um papel vergonhosamente subserviente aos EUA e ao nazi-sionismo do Estado de Israel, colocando-se na condição de reles espiões da embaixada norte-americana e capachos do Estado terrorista isralense contra os brasileiros, os deputados bolsonaristas tem como objetivo perseguir e intimidar qualquer um que se coloque contra as atrocidades cometidas pelo Estado de Israel na Palestina. É um artifício já utilizado pelo bolsonarismo país afora contra opositores, reeditado agora em favor da campanha empreendida pelo sionismo no Brasil.

A exposição de quem minimamente expressa a solidariedade ao povo palestino e humanidade contra o genocídio em Gaza incita o ódio, a xenofobia, o racismo, serve à propaganda de guerra em curso para justificar a matança, inclusive de milhares de crianças pelos bombardeios criminosos de Israel. Faz coro ao macarthismo para calar a solidariedade e da desinformação que tem as mãos sujas de sangue palestino“, afirma Soraya Misleh

Mas como tem se mostrado em várias partes do mundo, isso não vai silenciar as vozes que se levantam por justiça e libertação nacional nessa luta anticolonial em que a resistência do povo palestino é legítima sob todos os meios“, reforça.

É necessário que todos os ativistas e movimentos rechacem esse tipo de lista e tentativa de intimidação e perseguição.