No último dia 7, se reuniu, na cidade de São Paulo, a Secretaria Executiva Nacional (SEN) da CSP Conlutas – Central Sindical e Popular. A reunião foi ampliada para as entidades e movimentos filiados e aconteceu logo após a reunião do dia 25 de novembro, que contou com a presença de importantes entidades do movimento sindical e popular, e construiu um espaço unitário para resistir aos ataques do novo governo, que estão sendo anunciados pela grande imprensa, e defender os direitos dos trabalhadores e do povo pobre.

A necessidade da unidade foi a principal discussão na reunião da Secretaria Executiva. O ponto começou com um informe apresentado pelo companheiro Zé Maria, membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, que fez uma avaliação da conjuntura internacional e nacional e apresentou as propostas que foram definidas na reunião do dia 25 de novembro.

A reunião chegou a um grande acordo sobre a necessidade de prepararmos desde já um amplo e unitário movimento de resistência, que procure mobilizar os trabalhadores para resistir aos ataques que virão. Esta preparação começa desde já, com a discussão em todas as entidades e movimentos filiados a central sobre a gravidade das medidas que estão sendo preparadas pelo novo governo e a necessidade de prepararmos a mobilização para enfrentá-las.

Ainda não se pode adiantar exatamente que projetos e propostas serão assumidos pelo governo Dilma, mas pelo que está sendo publicado pela grande imprensa, especialmente com declarações dos novos ministros, estaremos diante da possibilidade de enfrentarmos uma nova reforma da Previdência, cortes expressivos no orçamento da união, congelamento dos salários dos servidores públicos, aumento do superávit primário, entre outras mediadas que visam atacar ainda mais os direitos dos trabalhadores e do povo pobre.

A CSP-Conlutas, suas entidades e movimentos filiados, se comprometeram com a convocação da nova reunião deste espaço unitário, que foi definida novamente para Brasília, no dia 27 de janeiro. A proposta é que esta reunião defina mais precisamente o calendário de mobilizações que será desenvolvido já no primeiro semestre do ano que vem.

Contra a ocupação das comunidades no Rio
Outro tema que foi discutido na reunião foi à situação da ocupação militar do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro, comunidades carentes do Rio de Janeiro. A reunião definiu apoiar a iniciativa da CSP-Conlutas do Rio e demais entidades do estado de construir um ato na cidade ainda este ano para protestar contra esta ocupação militar e exigir respeito aos direitos individuais dos moradores e investimentos em saúde, educação, habitação e saneamento nas comunidades carentes fluminenses. “Nem crime organizado, nem ocupação militar”, é o título da nota da central no Rio de Janeiro.

Outro ponto político discutido com destaque foi à questão internacional. O companheiro Dirceu Travesso, o “Didi”, que esteve recentemente participando das mobilizações e greves gerais na França e na Espanha, apresentou um informe das atividades internacionais da central, propondo dar prosseguimento das campanhas de solidariedade às lutas dos trabalhadores europeus, pela retirada das tropas brasileiras do Haiti e em defesa do povo palestino. Outro informe internacional importante, apresentados pelo companheiro Atnágoras Lopes, foi sobre o Congresso de fundação de uma central sindical combativa e independente no Paraguai, a CCT (Confederação da Classe Trabalhadora), que foi criada tendo como referência a experiência desenvolvida na antiga Conlutas e agora na CSP-Conlutas.

A organização da CSP-Conlutas também discutida na reunião. O companheiro Sebastião Carlos, o “Cacau”, informou o processo de construção das Secretarias Executivas Estaduais na maior parte dos Estados brasileiros e a intensificação do processo de legalização da entidade diante do Ministério do Trabalho. Outra decisão importante foi à definição do logo da central, que foi votado por ampla maioria na reunião da SEN, ad referendun da próxima reunião da Coordenação Nacional da entidade.

Em outro momento da reunião, o companheiro Mauro Puerro apresentou um informe sobre o processo de retomada de discussão com os setores que romperam com o Conclat. Foi decidido que ainda este ano será realizada uma reunião entre uma comissão política da direção da CSP-Conlutas com estes setores, para discutir a possibilidade da retomada da construção comum de uma mesma entidade nacional de frente única.

Por último, foi definida a convocação da próxima reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas, que será realizada nos dias 5 e 6 de fevereiro de 2011em São Paulo. Esta reunião discutirá os primeiros passos do plano de ação contra os ataques do governo Dilma e em defesa dos direitos dos trabalhadores.