O Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que reduz salários dos trabalhadores, vai enfrentar forte resistência dos metalúrgicos da região.

A decisão foi aprovada pelo Conselho de Representantes da categoria, em reunião no último sábado, dia 18. Participaram mais de 100 conselheiros.

A rejeição ao PPE não será por acaso. Esse programa é mais um grave ataque aos direitos dos trabalhadores orquestrado pelo governo Dilma, CUT e Força Sindical.

O Conselho votou contra o PPE e a favor da luta por estabilidade no emprego. Para que o PPE seja adotado por qualquer empresa, antes é preciso ter acordo com o sindicato da categoria. Portanto, aqui esse ataque não terá vez.

Entrevista: PPE não garante o emprego

Antônio Macapá, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região

O PPE garante a estabilidade no emprego?
Macapá –
Não. É preciso deixar claro que reduzir direitos não garante emprego. Os trabalhadores das empresas que aderirem ao PPE só terão estabilidade durante a vigência da redução salarial, mais um terço desse período. Depois disso, a fábrica poderá demitir tranquilamente.

Mas tem muito trabalhador com medo de perder o emprego e, por isso, defende o PPE.
Macapá – Vou dar um exemplo bem concreto de que o PPE não vai funcionar. No ABC e Grande São Paulo, sindicatos filiados à CUT e Força Sindical assinaram acordos para redução de direitos, argumentando que preservariam empregos. Mesmo assim, foram demitidos 30 mil metalúrgicos naquela região, este ano.

Então, qual é a saída?
Macapá – A saída é a luta. Os trabalhadores têm de se organizar e exigir estabilidade no emprego. Como este é um problema que afeta toda a classe trabalhadora, defendemos a construção de uma Greve Geral. Temos que exigir da presidente Dilma uma medida provisória que proíba demissões e reduza a jornada de trabalho no país, sem reduzir salários.

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