Dilma assina medida que possibilita empresários a reduzirem salários
Agência Brasil

O governo Dilma concretizou mais um ataque aos direitos dos trabalhadores brasileiros: assinou mais uma Medida Provisória (MP 680) que possibilita o corte de salários em até 30% em troca da redução da jornada de trabalho e uma suposta garantia de emprego

Com os aplausos do empresariado e das duas maiores centrais sindicais do país, CUT e Força Sindical, a presidente Dilma Rousseff (PT) implementou mais uma medida de ataque aos direitos dos trabalhadores. Na tarde de 6 de julho, Dilma assinou a Medida Provisória 668, que cria o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), cujas regras valem até 2016. O programa vai afetar ainda mais o já apertado e endividado orçamento das famílias brasileiras, pois permite aos patrões reduzir o salário.

Desde o aprofundamento da crise, os trabalhadores estão pagando a conta. A redução sacramentada por Dilma se soma a uma série de outros ataques deste governo, como as MP’s 664 e 665, que reduzem direitos como o seguro-desemprego, pensão por morte e abono do PIS; o PL das terceirizações; e a nova fórmula para aposentadoria, que força toda a classe a trabalhar até morrer.

Essa nova Medida Provisória vinha sendo construída a partir do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, da CUT e da Força Sindical, que apadrinharam com o nome de Programa de Proteção do Emprego (PPE). Mas, na verdade, a medida garante o lucro dos patrões com dinheiro do nosso bolso, através de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Quem deveria estar defendendo ferozmente os direitos dos trabalhadores, como emprego e salário, está procurando salvar o lucro dos patrões com a desculpa de segurar os empregos.

O que eles não respondem é por que não fizeram nenhum esforço, inclusive em unidade com todas as bases sindicais e os setores que vêm sendo demitidos, para a construção de uma paralisação nacional? No caso das montadoras, o que eles fizeram pra enfrentar as demissões e todos os ataques feitos pelo governo Dilma aos nossos direitos? A falta de iniciativa deve servir para vários companheiros refletirem de qual lado realmente esse governo está e qual papel que cumpre hoje a CUT ao se aliar aos patrões.

Greve Geral para derrotar o ataque
É possível derrotar mais esse ataque. Os operários da Mercedes Benz do ABC paulista, no dia 3 de julho, por exemplo, rejeitaram a proposta de redução de salários. Mais de 70% votaram contra a orientação do sindicato.

Outro exemplo de luta contra o desemprego vem dos metalúrgicos da GM de São Caetano do Sul, também no ABC. Eles montaram acampamento na porta da fábrica exigindo suas reintegrações depois de serem demitidos, inclusive trabalhadores que têm estabilidade e até companheiras grávidas. O sindicato, ligado à Força Sindical, não dá a mínima aos demitidos.

Para derrotar o PPE é preciso desenvolver uma campanha nacional contra. Fizemos um chamado e construímos, com a CUT e outras centrais sindicais, dois dias nacionais de paralisação e protestos. Esse é o caminho. O Brasil precisa de uma greve geral mais do que nunca. A tarefa que está colocada para as organizações do movimento de nosso país é a construção de uma greve geral para derrotar o governo Dilma e seus ataques. Insistimos nesse chamado a todas as centrais, mas não podemos deixar de denunciar o movimento oposto que toma a CUT e outras centrais ao apoiarem os ataques às aposentadorias e aos salários. É preciso que essas centrais rompam com o governo e os patrões para construirmos a greve geral.

Matéria publicada no Opinião Socialista nº 500

LEIA MAIS