Reunião da Conlutas com ministros
Ronaldo Barroso / Conlutas

O governo recebeu a Conlutas nesta terça-feira, para discutir a crise econômica e as demissõesParte da jornada de mobilizações e ações em defesa do emprego, uma comissão da Conlutas foi, na manhã desse dia 20 de janeiro, ao governo federal exigir medidas concretas contra a recente onda de demissões. A comissão foi composta por representantes dos sindicatos dos metalúrgicos de São José dos Campos (SP), dos mineiros da Vale de Itabira (MG) e da Federação Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais.

A Conlutas foi recebida pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, em audiência que contou também com a presença do ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci, além do secretário de Relações do Trabalho, Luiz Antonio Medeiros. A Conlutas foi representada pelos dirigentes do setor metalúrgico Luiz Carlos Prates e Zé Maria, e do setor da mineração – Vale, Paulo Soares e Sebastião Deiró.

A Conlutas reivindicou ao governo medidas imediatas para proteger o trabalhador, o emprego, o salário e os direitos. Foram destacadas a situação da Vale, da General Motors (categorias onde estão ocorrendo mobilizações dos trabalhadores contra as demissões), da Embraer e do setor do gusa (liga de ferro e carbono, usada na produção industrial) e siderúrgico de Minas Gerais, que vêm sofrendo demissões e ataques patronal por conta da crise.

Entre as propostas estão a exigência para que o governo Lula edite uma Medida Provisória decretando a estabilidade no emprego por um período de dois anos, além da redução da jornada de trabalho, sem redução dos direitos e dos salários. Segundo José Maria, os ministros afirmaram que consideram injustificável a dimensão que as empresas estão dando aos problemas, em particular no caso da Vale e das montadoras, pois nada justificaria demissões nessas empresas, pelo menos neste momento.

Resultado
A reunião arrancou o compromisso dos ministros em intervir nas demissões, em particular nas realizadas na GM e Vale, interrompendo o processo e buscando reverter pelo menos parte das que já ocorreram. De acordo com José Maria, o governo disse que vai intervir também junto à Embraer, para buscar impedir que a empresa consume as demissões que estariam previstas.

Segundo os dirigentes da Conlutas, as afirmações dos ministros durante a reunião não necessariamente implicam em sua efetivação. “Por esta razão é fundamental a continuidade e o fortalecimento das mobilizações que já estão em curso, da pressão sobre as empresas e sobre o governo, pois esta é a única garantia de que, de fato, sejam tomadas medidas concretas para impedir as demissões e defender os salários e direitos dos trabalhadores”, destacou Luis Carlos Prates, o Mancha.

Mobilizações continuam
A Conlutas está organizando e participando de diversas mobilizações nos próximos dias. Entre elas, no próximo dia 23, quando ocorre uma manifestação em São José dos Campos (SP). No dia 11 de fevereiro haverá manifestação em frente à sede da Vale, no Rio de Janeiro (RJ), e no dia 12 haverá manifestações em frente à FIESP e à FIEMG.

Ao final da audiência, a Conlutas cobrou do ministro do Trabalho e do Emprego uma solução para a regularização do registro do ANDES-SN. Além disso, cobrou sua participação no Grupo de Trabalho do Ministério que está discutindo organização sindical no setor público. O pedido foi aceito e a participação da Conlutas deverá ser encaminhada pelo secretário de Relações do Trabalho.

*Com informações da Conlutas

SAIBA MAIS

  • Leia a carta da Conlutas ao presidente Lula