Bloco da Conlutas reuniu setores em luta contra os governantes

Data de 2 de julho celebra luta pela independência. Caminhada teve abaixo-assinado e protestos contra governador e prefeitoNo dia que é celebrado a Independência da Bahia, 2 de julho, quando as mobilizações do recôncavo baiano expulsaram as últimas tropas dos colonizadores portugueses do Brasil, a Conlutas-BA colocou na rua o bloco “Por uma Segunda Independência”.

A data é tradicionalmente comemorada com um cortejo na capital baiana, saindo do Largo da Lapinha até a Praça da Sé, com a participação de movimentos sociais, partidos políticos e personalidades.

A Conlutas marcou presença com cerca de 150 ativistas que levantaram a bandeira por um país livre do desemprego e das imposições do FMI. O bloco denunciou ainda o uso de dinheiro público para salvar as empresas da crise econômica enquanto cortes sucessivos são realizados, pelos governos, na educação e na saúde. “Para enfrentar a crise é preciso garantir o emprego, reduzir a jornada de trabalho, investir em obras públicas e construção de hospitais, e não ajudar os empresários e impor cortes nos orçamentos”, afirmou uma ativista da Conlutas durante o cortejo.

Abaixo-assinado
Ativistas da Conlutas e do PSTU passaram, entre a população que assistia o cortejo, o abaixo-assinado lançado nacionalmente pela Conlutas. O texto é dirigido ao presidente Lula e ao Congresso Nacional, em defesa de importantes bandeiras dos trabalhadores contra os efeitos da crise econômica sobre o conjunto dos explorados e
oprimidos.

O PSTU esteve presente no 2 de julho exigindo de Lula um uma medida provisória que garanta a estabilidade no emprego. “Os trabalhadores não devem pagar pela crise!”, denunciava, com faixas e cartazes erguidos por militantes.

Críticas aos governos
Professores e estudantes das universidades estaduais da Bahia participaram do bloco da Conlutas para denunciar a intervenção autoritária do governo Jacques Wagner (PT) nas universidades estaduais. O Fórum das Associações Docentes criticou a falta de autonomia das universidades e exigiu a revogação dos decretos de contingenciamento imposto pelo governo à educação pública estadual.

O cortejo foi marcado, ainda, por confronto e vaias contra o prefeito João Henrique e o governador Jacques Wagner. Em greve há 17 dias, os servidores municipais vaiaram, jogaram ovo e até um guarda-chuva no prefeito. Seguranças de João Henrique partiram pra cima da multidão. Houve trocas de socos e pontapés e até mulheres foram agredidas. Wagner, por sua vez, foi vaiado e escutou protestos contra a sua política.

Histórias de luta e resistência
Todos que acompanharam o cortejo do 2 de julho passaram por fachadas de casas enfeitadas que resgatavam, com muita criatividade, a história de luta do povo baiano. Manequins ou modelos vivos com figurinos da época representavam soldados, negros e índios na luta pela libertação dos colonos. Maria Quitéria, uma jovem dos arredores de Feira de Santana, que desobedeceu a seu pai para unir-se à luta da independência, foi lembrada pelos moradores. A jovem participou de importantes defesas, atacou trincheiras e comandou grupos femininos durante o enfrentamento com os portugueses.