De 28 a 30 de março ocorreu em São Paulo o 52º Conselho Nacional de Entidades Gerais da UNE. Reunindo cerca de 500 estudantes que representavam mais de 200 entidades estudantis, o Coneg iniciou a disputa em torno ao 48º Congresso da UNE
Nos dois primeiros dias do Coneg houve o Seminário de Políticas Educacionais, que debateu a situação nacional e o governo Lula, educação e os rumos e tarefas da UNE. No domingo teve lugar a Plenária Final do Coneg, que aprovou as resoluções do Seminário e o regimento do congresso.
O objetivo da UJS/PC do B e das principais correntes do PT neste seminário era fazer do movimento estudantil correia de transmissão do governo Lula, e da UNE um instrumento auxiliar das políticas do Ministério da Educação.
Governo Lula foi tema mais polêmico
A direção majoritária da UNE e as principais correntes do PT se esforçaram em demonstrar que o governo Lula está realizando as mudanças sociais prometidas nas eleições.
Infelizmente, até os setores ligados à esquerda do PT defenderam o governo Lula, afirmando ser este um governo em disputa e que todos que o criticam estão junto com o PFL de Bornhausen.
Essa postura fez com que os companheiros não tivessem diferenças políticas com a direção majoritária da UNE. Em particular a Reconquistar a UNE, ligada à Articulação de Esquerda, procurou durante todo o Coneg fechar resoluções com o PC do B, como no caso da participação da UNE no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).
Os estudantes ligados ao PSTU e ao Movimento Ruptura Socialista (MRS) defenderam que o movimento estudantil precisa se mobilizar por suas reivindicações, combater as primeiras medidas anunciadas da reforma educacional, apoiar o funcionalismo contra a reforma da Previdência e lutar contra a guerra e a Alca. Para isso, a UNE não pode ser governista, tem que se retirar do CDES e organizar a luta do movimento estudantil.
Unir a Oposição de Esquerda contra a UNE governista
A principal tarefa colocada para o movimento estudantil combativo no próximo congresso é impedir que a UNE se torne uma entidade governista.
Diante deste cenário, é lamentável que as principais correntes da esquerda do PT – em especial a Articulação de Esquerda e a Democracia Socialista – optem por defender incondicionalmente o governo. Essas correntes estão construindo a unidade do PT, inclusive com a Articulação Estudantil, e buscam formar chapa com PTB, PPS, PSB e PDT.
Mesmo a Força Socialista, que rompeu com a Kizomba, bloco que formava com a DS, e as teses ligadas aos deputados Babá, Lindberg e Luciana Genro está embarcando na unidade do PT com os partidos burgueses.
Mas boa parte dos militantes do PT não concorda com os rumos que vem tomando o governo Lula e começa a perceber que, do jeito que as coisas vão, não haverá mudanças. Muitos petistas são contra esse chapão e continuam defendendo a unidade da esquerda socialista na UNE, que teve como maior símbolo no último período o movimento Rompendo Amarras, abortado pela direção das correntes da esquerda do PT.
Por tudo isso, fazemos um chamado às correntes da esquerda do PT para que revejam sua posição e formemos juntos um bloco no 48º Conune em torno dos seguintes pontos:
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