Operários da construção civil se reúnem durante congresso

 
“Com pão e rapadura, a luta continua!” é palavra de ordem que embala as manifestações das categorias operárias no Ceará. Agora, o lema é também entoado entre os cerca de 200 trabalhadores e trabalhadoras que compõem a delegação do estado durante o 2º Congresso Nacional da CSP Conlutas (Central Sindical e Popular), que acontece entre os dias 4 e 7 de junho, em Sumaré, São Paulo.
 
Operários da indústria da construção civil e confecção feminina, agricultores familiares e a forte presença de mulheres são marcadamente as principais características da delegação cearense que, pela primeira vez, conta com representantes de todos os setores. Além destes, estão presentes também: rodoviários do transporte urbano e intermunicipal, professores da educação básica e universitária, servidores municipais e federais, agentes de trânsito, trabalhadores do judiciário, vigilantes, bancários, odontologistas e gráficos.
 
Expressão
 Quase metade da delegação cearense durante o congresso é composta de operários da indústria da construção civil e da confecção feminina. Diretamente impactadas pelo pacote de ajustes do governo Dilma Rousseff e medidas aprovadas pelo Congresso Nacional, essas categorias se encontram também em campanha salarial e apostam na unificação das pautas para lutar contra as medidas dos governos e dos patrões, que negam suas principais reivindicações.
 
Outro dado importante dos participantes no evento, fala sobre a participação popular e a luta pelo combate às opressões. Ao todo, um terço dos delegados eleitos na base das entidades cearenses presentes ao congresso é de mulheres, fruto este do trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Movimento Mulheres em Luta (MML) no estado. Além destas, o Quilombo Raça e Casse e o Movimento Hip Hop são também expressões da luta que vem sendo tocada no Ceará.
 
Unidade para lutar
 A forte presença em manifestações, paralisações e greves tem feito com que a CSP-Conlutas seja, atualmente, a principal referência de luta para os trabalhadores do Ceará. Hoje, a entidade faz um chamado à construção de uma possível greve geral como forma de barrar os ajustes e medidas que atacam diretamente os direitos dos trabalhadores. Para isso, aposta na unidade dos mais diversos setores na construção de uma pauta comum de reivindicação que coloque a vitória da classe na ordem do dia.
 
Para o coordenador estadual da CSP-Conlutas no estado, José Batista, o Congresso reforça a importância da unidade e serve para dar ânimo aos dirigentes das mais diversas entidades para tocar as lutas que ainda estão por vir. “A palavra de ordem é fortalecer a mobilização nas nossas bases, a discussão com os trabalhadores e a mais ampla unidade possível para a construção de uma greve geral no País”, destacou. Na volta para casa, pão, rapadura e unidade serão a tônica dos trabalhadores cearenses para que a luta possa continuar.