Construamos a unidade na luta em defesa do emprego, contra a redução de salários e dos direitos dos trabalhadores

As informações veiculadas pela mídia sobre a situação da economia não deixa mais lugar à dúvidas de que estamos frente a uma crise muito grave na economia. As demissões que já estão ocorrendo em praticamente todos os setores da indústria, bem como as centenas de milhares de trabalhadores que estão em férias coletivas ou licenças remuneradas, tampouco deixam dúvida de que os grandes empresários querem transferir para os trabalhadores o ônus da crise e, dessa forma, manterem intocados os lucros fabulosos que auferiram no passado recente.

A ofensiva desencadeada pela FIESP e pela FIEMG para buscar impor a redução dos salários e direitos dos trabalhadores busca atingir este mesmo objetivo: repassar aos trabalhadores o custo da crise. Isso sem falar que beira ao cinismo a atitude destas federações patronais. Todos sabemos que redução de salários e redução de direitos, em todos os lugares em que forma praticados até hoje, levaram a mais demissões e não à preservação do emprego. A razão é óbvia: diminuição do salário e dos direitos leva a diminuição do volume de recursos que circula na economia, a menos vendas no comércio, que por sua vez comprará menos da indústria e, por conseguinte, a mais demissões.

A gravidade da crise não justifica as demissões, ou a redução dos salários e direitos dos trabalhadores. Todas as grandes empresas, sem falar nos bancos, tiveram lucros astronômicos no passado recente em nosso país. Foram recordes seguidos, de rentabilidade. Agora chegou a hora dessas empresas gastarem um pouco do que lucraram, preservando empregos, salários e direitos de seus empregados. Se fizerem isso ainda continuarão ricas. Os trabalhadores, se perdem seu emprego, estão arruinados, perdem a fonte do sustento de suas famílias. Por isso é inaceitável que as empresas, para manter embolsados seus lucros enormes, sacrifiquem milhares de trabalhadores e suas famílias a mais completa penúria. Por esta razão consideramos que não é aceitável participar de um processo de negociação nos termos que propõe a FIESP. Trata-se a ajudar as empresas a diminuírem seus custos, repassando o prejuízo aos trabalhadores.

Precisamos somar forças, todas as centrais sindicais, todos os sindicatos, para a luta contra as demissões, contra a redução dos salários e de direitos dos trabalhadores. Para cobrar do governo federal medidas concretas em defesa dos trabalhadores, já que até agora, todas as medidas tomadas pelo governo socorreram apenas os bancos e grandes empresas.

Propomos a construção da unidade na luta em torno às seguintes bandeiras:

  • Contra as demissões, reintegração dos demitidos, por estabilidade no emprego;
  • Contra a redução de salários e dos direitos dos trabalhadores;
  • Cobrar do governo federal a edição imediata de uma Medida Provisória que assegure a estabilidade no emprego emergencialmente, por um período de 2 anos; a Estatização da empresas que demitirem em massa seus empregados; e Extensão do seguro desemprego para dois anos;
  • Cobrar dos governos estaduais e municipais a manutenção dos investimentos em políticas públicas e medidas de apoio aos desempregados, como isenção das taxas públicas, por exemplo;

    Acreditamos ser necessário, e possível, a unidade concreta na luta contra as demissões e à resistência dos trabalhadores que estão em curso, como a luta na GM, na TRW, Magneti Mareli, Vale, etc. E que realizemos um Dia Nacional de Protesto, com paralisações e manifestações em todo o país, e que possa apontar para a preparação de formas de luta mais radicalizadas, como a Greve Geral.

    São Paulo, 19 de janeiro de 2009

    Saudações fraternas,

    Coordenação Nacional da Conlutas