Zé Maria na Feira de Alcântara, São Gonçalo (RJ)
Foto PSTU RJ

Candidatura do PSTU vai propor um programa de ruptura com os bancos e grandes empresas para mudar o país

Neste domingo, 6, primeiro dia de campanha eleitoral, a militância do PSTU foi às ruas defender um Brasil para os trabalhadores. O candidato do partido, Zé Maria, esteve na Feira de Alcântara, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, num dos maiores bairros populares da América Latina. No mesmo dia, Zé esteve no Complexo da Maré, região ocupada pelo Exército, conversando com os moradores sobre a necessidade da construção de uma alternativa da classe trabalhadora, tanto para as lutas como para as eleições.

Já a candidata à vice, a professora e militante do movimento negro, Cláudia Durans, dedicou seu primeiro dia de campanha para conversar com os moradores do Bairro da Liberdade, região quilombola de São Luís, no Maranhão. Nos estados, o PSTU começou a campanha Zé Maria presidente e das candidaturas regionais nas feiras e bairros populares.

Essas atividades deram a largada na campanha que vai se concentrar junto aos setores mais explorados da classe trabalhadora e da população. É ali que o PSTU e a sua militância vão discutir que só os trabalhadores podem, através de suas forças e mobilização, mudar o país. E que isso só é possível rompendo com essa política econômica que só beneficia as grandes empresas, multinacionais, banqueiros e empreiteiras.

Trabalhadores querem mudança
Junho de 2013 marcou uma profunda mudança da situação do país. Aos milhões, a população foi às ruas lutar não só contra o aumento da tarifa do transporte público, mas por saúde e educação pública. As Jornadas de Junho derrotaram o aumento da tarifa para 70% da população das grandes cidades do país. No entanto, a resposta que os governos deram às reivindicações por mudança nesse país se resumiu à repressão nas ruas.

De lá pra cá os protestos de rua diminuíram, mas não a mobilização dos trabalhadores. Em 2014 estamos vendo uma grande onda de greves, muitas delas radicalizadas, que expressam uma insatisfação crescente com as condições de vida da grande maioria da população. Além dos serviços públicos precários, a inflação corrói os salários e a desaceleração da economia reduz a criação de novos empregos. Por outro lado, as grandes empresas e empreiteiras lucram com as obras da Copa que pouco ou nada beneficiarão a população.

Foi por isso que os garis do Rio de Janeiro cruzaram os braços em pleno Carnaval carioca. Foi por isso ainda que os rodoviários de várias partes do país fizeram greve, assim como os metroviários de São Paulo, que enfrentaram a intransigência do governo Alckmin e a truculência da polícia. Não dá para esconder, a insatisfação é cada vez maior e, cada vez mais, os trabalhadores se lançam à luta com as suas próprias forças.

Passada a euforia da Copa, o conjunto da burguesia e seus partidos vão tentar canalizar essa insatisfação para as eleições. A campanha do PSTU, ao contrário, vai se colocar como um ponto de apoio às greves e mobilizações, impulsionando as lutas e mostrando que, só com a ação direta da classe trabalhadora, é possível arrancar conquistas.

PT, PSDB: Variações de um mesmo tema
Apesar de Dilma seguir liderando as pesquisas eleitorais, a grande maioria da população quer mudanças. Isso ocorre porque, apesar de descontentes com esse governo, os trabalhadores não desejam a volta da direita, expressa na candidatura de Aécio Neves. Está presente ainda na consciência da população os anos de desemprego e privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso nos anos 1990.

O PT, porém, representa a mesma política dos tucanos. Os governos Lula e Dilma aprofundaram a desnacionalização do petróleo brasileiro, seguiram com as privatizações, como nas rodovias e aeroportos, e deram seqüência a uma política econômica que tem nos banqueiros e empreiteiras os maiores privilegiados.

Não é por menos que PT e PSDB contam com financiamento milionários das grandes empresas para suas campanhas eleitorais. Juntos, devem gastar algo próximo a R$ 600 milhões, só nos valores contabilizados. Isso vem dos bancos e empreiteiras que, após as eleições, cobrarão o investimento realizado. 

O ex-governador de Pernambuco e atual candidato do PSB, Eduardo Campos, também não representa alternativa diferente a essa falsa polarização. Em seu estado de origem, Campos impôs uma política privatista e de repressão às greves e movimentos sociais. Já a sua vice, Marina Silva, defende o chamado ‘capitalismo sustentável’ e, quando ministra do governo Lula, foi responsável por medidas como a lei que aluga as florestas públicas à iniciativa privada, além do desmonte do Ibama.

Uma campanha independente
A campanha Zé Maria presidente e Cláudia vice pretende ser um ponto de apoio às lutas e mobilizações, refletindo nas eleições as reivindicações colocadas pelos trabalhadores nas ruas e nas greves. Para isso, não aceitará financiamento de bancos, empresas ou empreiteiras. Ao contrário do PSOL, que aprovou não receber dinheiro de empreiteiras ou multinacionais, deixando a porta aberta para a contribuição de empresas, o PSTU não aceitará recursos da iniciativa privada, contando apenas com as contribuições dos militantes e simpatizantes.

Só assim é possível defender um programa dos trabalhadores, com medidas como o não pagamento da dívida pública para termos dinheiro para a saúde e educação, a estatização do transporte público, a anulação das privatizações e medidas concretas contra toda forma de opressão, seja contra as mulheres, negros ou LGBTT’s.

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