No dia 8 de julho, foram votadas na Câmara dos Deputados as mudanças no sistema eleitoral que os deputados chamam de reforma política. A votação foi em segundo turno, e reafirmou em bloco todas as mudanças que haviam sido aprovadas em primeira votação naquela casa, em maio deste ano, inclusive a constitucionalização do financiamento pelas empresas das campanhas eleitorais e partidos políticos e a cláusula de barreira.
 
Avança, portanto, no parlamento brasileiro este verdadeiro absurdo antidemocrático e que, praticamente, legaliza a corrupção no sistema político do país. O detalhe é que a cláusula de barreira quase passa sem que houvesse nenhum questionamento a ela. Esta cláusula retira o tempo de TV e rádio durante as eleições dos partidos que não possuem representação parlamentar. Uma clara censura que impossibilita o povo brasileiro de conhecer as ideias de todos os partidos.
 
O PT, que disse que faria uma emenda supressiva não o fez. O PSOL, cujos parlamentares votaram a favor desta cláusula na primeira votação, e depois se disseram arrependidos, tampouco apresentou. Parece que o arrependimento foi só no discurso. Ela só não passou batido porque o deputado Cabo Daciolo (a quem agradecemos de público) apresentou uma emenda supressiva.
 
As emendas todas serão votadas na semana que vem, provavelmente, mas para que prevaleçam precisam ter 308 votos. Não é fácil. Depois o projeto vai para o Senado Federal onde terá de ser aprovado também em duas votações para que entre em vigor.
 
Ou seja, segue a nossa luta contra a cláusula de barreira e contra o financiamento das campanhas e dos partidos pelas empresas. Precisamos intensificar a pressão sobre os deputados e também junto aos senadores para derrubar no senado estas medidas caso permaneça a formulação aprovada na Câmara na semana que vem. Vejamos como se comportarão estes partidos, que se dizem defensores da democracia, no Senado.
 
 
 
 

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