Paralisação dos caminhoneiros na Rodovia Presidente Dutra, em 2018.Foto Tânia Rêgo/Agência Brasil
Roberto Aguiar, de Salvador (BA)

Os caminheiros mantém greve para 1º de novembro, em protesto pela redução do preço do diesel e contra aos constantes reajustes de preços dos combustíveis praticados pela Petrobras. A categoria também reivindica piso mínimo de frete, o retorno da aposentadoria especial com 25 anos de contribuição, a aprovação do novo Marco Regulatório de Transporte Rodoviário de Carga e a criação e melhoria dos Pontos de Parada e Descanso.

O Governo Federal cancelou de última hora a reunião que teria hoje (28/10) entre os líderes dos caminhoneiros com integrantes do governo, a Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas e ainda representantes da categoria. A resposta à postura do governo é a greve.

Se até o dia 31 o governo não sinalizar com alguma coisa concreta para a categoria, a paralisação está mantida”, disse Wallace Landim, presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava).

De acordo com Carlos Alberto Dahmer, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), os caminhoneiros se sentem traídos. “70% da categoria acreditou nas propostas do governo e se considera traída por não ter cumprindo”, afirmou em entrevista ao site Poder360.

Segundo ele, nenhuma das promessas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro foi cumprida. “Já se passaram 3 anos de mandato desse governo e nada foi feito, a não ser tentar retirar o que já foi conquistado”, pontuou.

Há pautas que tem a ver com o governo federal, como o preço [do combustível] e a política que está sendo adotada pela Petrobras. A política de preços interfere não só para nós caminhoneiros, interfere para a sociedade brasileira. Todo o povo brasileiro está pagando uma conta de uma política equivocada. Porque o preço de paridade internacional, levando o barril no preço internacional, não diz com a realidade daquilo para que foi criada a Petrobras, ou seja, ter uma função social. Governos passam, mas a Petrobras deve permanecer. É um crime acabar com a maior empresa pública que nós brasileiros temos“, declarou.

Neste ano a gasolina já acumula um aumento de 74% e o diesel 65%. O impacto sobre os preços promove a carestia, como no caso do botijão de gás que custa em torno de R$ 100,00. A inflação anual já beira os 10%.

Apoio das centrais sindicais

As centrais sindicais emitiram hoje nota unitária em apoio à greve de caminhoneiros marcada para 1º de novembro.

“Centrais sindicais apoiam a pauta e a greve dos caminhoneiros”, diz a nota. “Os caminhoneiros, através das suas organizações, têm atuado para viabilizar as demandas e propostas há muito apresentadas e que não têm obtido retorno por parte do governo federal“, continua.

A nota é assinada por Atnágoras Lopes, militante do PSTU e secretário-executivo nacional da CSP-Conlutas; Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores); Miguel Torres, presidente da Força Sindical; Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores); Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil); José Reginaldo Inácio, presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores); Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros); Edson Carneiro Índio, secretário-geral da Intersindical (Central da Classe Trabalhadora); José Gozze, presidente da Pública, Central do Servidor, e Emanuel Melato, da Intersindical Instrumento de Luta.