Os deputados custam mais de R$ 1 bilhão por ano ao contribuinte, em salário e privilégios
Redação

Muitos acham que Jair Bolsonaro (PSC-RJ) fala o que pensa e que, por isso, não é igual aos políticos tradicionais que estão por aí. Talvez seja por isso que o deputado tem aparecido em recentes pesquisas eleitorais para a Presidência com até 15% das intenções de voto.

Essa imagem é totalmente falsa e revela uma grande desinformação sobre Bolsonaro e sua família. Seu discurso de ódio e ultraconservador serve apenas para esconder aquilo que o deputado é realmente: mais um picareta da quadrilha do Congresso Nacional.

Votou a favor da reforma trabalhista
Bolsonaro votou a favor da reforma trabalhista. Mas isso não chega a ser exatamente uma surpresa, já que o deputado declarou, diversas vezes, ser contrário aos encargos dos trabalhadores, gabando-se de ter votado “contra todos os direitos das empregadas domésticas”.

Só para lembrar, Bolsonaro se absteve na votação das terceirizações e votou “Sim” para a então PEC 241, do teto dos gastos públicos, aquela que congela por 20 anos o orçamento da Educação e da Saúde pública. O voto favorável do deputado causou protesto entre seus seguidores nas redes sociais. Um deles perguntou: “Gostaria de saber se os parlamentares também terão salários reduzidos e congelados?”.

Ficou rico na política
Bolsonaro está na política desde 1988. Nesse período, enriqueceu e ainda botou sua família no ramo. De simples e obscuro oficial militar, o deputado ficou rico com a política, assim como a maioria dos seus coleguinhas corruptos do Congresso. Em seu sexto mandato consecutivo como deputado federal, em 2010 Bolsonaro declarou à Justiça Eleitoral possuir bens que totalizavam o valor de R$ 826,6 mil.

Quatro anos depois, em 2014, o patrimônio declarado pulou para R$ 2.074.692,43. A variação patrimonial é bem maior do que a soma dos salários líquidos que ele recebeu como deputado. Mesmo que Bolsonaro não tivesse gasto um único centavo de seus salários entre 2010 e 2014, ainda assim o montante acumulado não lhe permitiria chegar ao patrimônio de mais de R$ 2 milhões. Como se não bastasse, Bolsonaro continua.

Em 2014, ele aparece com duas mansões de frente para o mar na Barra da Tijuca, reduto de parte da elite carioca. O deputado declarou que o valor de compra declarado de uma das propriedades é de R$ 400 mil, e a outra, de R$ 500 mil. Uma piada, pois os imóveis de valor mais baixo nessa região custam, no mínimo, entre R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões.

Recebeu grana da JBS
Na sua última campanha, Bolsonaro recebeu R$ 200 mil da JBS de Joesley e Wesley Batista, a maior doação de sua campanha. A grana foi depositada diretamente na conta dele, como fica claro nos documentos da Justiça Eleitoral.

Seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, recebeu R$ 567 mil da empreiteira OAS, que está no mar de lama da Lava Jato. E ainda tem Flavio Bolsonaro, eleito deputado estadual do Rio de Janeiro com dinheiro da JBS. Na época, ele estava com a turma de Cabral e Pezão, responsáveis por quebrar o Rio de Janeiro.

Político privilegiado
Em palestra no Rio de Janeiro, em 3 de abril, o deputado fez uma série de declarações em que humilha e expõe todo o seu ódio e racismo contra populações quilombolas. Disse que foi num quilombo e que “o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gasto com eles”. A declaração asquerosa exala racismo e demagogia.

A verdade é que Bolsonaro, assim como seus amigos picaretas do Congresso, é de fato um privilegiado. Com o salário de R$ 33.763 (R$ 438.919 por ano), somado aos demais privilégios (ajuda de custo, auxílio moradia etc.). Os deputados da Câmara, juntos, custam bem caro para os cofres públicos: R$ 1 bilhão por ano ao contribuinte. Não podemos esquecer que o filho de Bolsonaro também é deputado e recebe as mesmas mordomias.

Machista e LGBTfóbico
Em várias circunstâncias, o deputado fez declarações machistas e LGBTfóbicas. Durante uma discussão com a deputada Maria do Rosário (PT), disse que “mulher feia merece ser estuprada”. Disse, ainda, que “mulher tem que receber menos do que homem porque engravida”. Também é inimigo declarado dos LGBTs e autor de inúmeros ataques homofóbicos. Defensor do golpe militar de 1964, diz que “a ditadura errou em torturar e não matar”. Evidentemente, não diz uma palavra sobre a corrupção que rolava solta na época do regime militar.

Porém, como se vê, o picareta Bolsonaro costuma a falar grosso apenas com os oprimidos e vulneráveis. Com os ricos e poderosos, ele é manso. Assim como seus colegas parlamentares, todos no bolso das grandes empresas. Bolsonaro não passa de mais um picareta demagogo.