No congresso da CUT/RJ se formou um bloco unindo a maioria da esquerda, derrotando a política divisionista da corrente O Trabalho e da CSD (Democracia Socialista).
Conformaram o bloco de esquerda o MTS, MTL, Força Socialista, grupo de independentes do Sindsprev, OMP, PCB, UST e CST.

O MTS, sozinho, tinha 17% do congresso, sendo a maior força do bloco de esquerda – 92 delegados dos 190 que votaram na chapa do bloco. A chapa foi encabeçada por Janira, do MTL, que, com o grupo de independentes do Sindsprev-RJ, tinha 43 delegados.

Nos grupos existiu grande debate entre este bloco de esquerda e a Articulação, com a esquerda sendo maioria em vários. O plenário decidiu enviar todas as posições apresentadas ao congresso nacional da CUT. Pela crise entre as demais correntes para conformação de chapa, não houve tempo para votações de resoluções contrapostas.
A direção da CSD (DS) queria uma chapa única no CECUT, vetando apenas o MTS. Frustrada tal tentativa, a direção da CSD tinha um acordo prioritário com a CSC (PCdoB) e já havia fechado integrar a chapa da CSC e Articulação. A base da CSD (DS), em plenária, derrotou sua direção: não aceitou compor uma chapa com CSC e Articulação. Assim, a CSD lançou chapa própria. A ruptura com a CSC no Rio levou a que parte da CSC no RS rasgasse seus crachás e levasse a CSD a perder a presidência da CUT/RS.

O Trabalho queria uma chapa da esquerda do PT e outras forças, sem o MTS. Foi derrotado e formou uma chapa com um grupo petista, o Coletivo de Educadores Socialistas, e com delegados petroleiros independentes. A Articulação foi obrigada a unir-se e apoiar um cabeça de chapa da CSC, apesar disto gerar crise em sua base. Senão a presidência da CUT/RJ seria do bloco de esquerda.
A CSC e a Articulação ganharam o congresso. O bloco de esquerda obteve 35,1% dos votos. A CSD e OT (com aliados) não obtiveram o mínimo de 10% cada, ficando de fora da direção da CUT/RJ.

O Bloco de Esquerda decidiu, em reunião após o congresso, levar adiante uma campanha contra a ALCA e as reformas de Lula, especialmente a da Previdência. Resolveu publicar um caderno com as resoluções que uniram o bloco, entre elas: ruptura das negociações da ALCA e do acordo com o FMI, não pagamento da dívida, contra a reforma da Previdência, que Meirelles e cia. são inaceitáveis e que Lula governe com e para os trabalhadores. Decidiu também por uma plenária pública do Bloco no dia 21 e lutar para que se conforme um Bloco de Esquerda nacional.

RESULTADO RJ

Articulação, CSC, OP
277 votos – 51,1%

MTS, OMP, MTL, FS, PCB, UST, CST e independentes do Sindsprev
190 votos – 35,1%

O Trabalho, Coletivo de Educadores Socialistas e independentes
40 votos – 7,4%

CDS (DS)
35 votos – 6,46%

Post author André Freire,
do Rio de Janeiro
Publication Date