*Direto de São José dos CamposNa manhã deste sábado, 24, cerca de 3 mil pessoas se reuniram na Praça Afonso Pena, centro de São José dos Campos (SP), para dizer não às demissões e à redução de salários e direitos. A estabilidade no emprego também foi uma reivindicação unânime entre os presentes.

O protesto foi convocado pelos sindicatos da região do Vale do Paraíba que compõem a “Campanha em defesa do emprego e dos direitos”, com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região à frente. Além desses, estavam no ato diversas entidades sindicais, estudantis e populares, as centrais sindicais Conlutas e Intersindical, os partidos políticos PSTU e PSOL e alguns parlamentares.

Diante da crise mundial que se agrava a cada dia, a política das empresas tem sido cobrar dos trabalhadores os supostos prejuízos que essas vem tendo em função da queda da produção. O Vale do Paraíba, importante pólo industrial de São Paulo, vem sofrendo o peso das demissões fortemente.

Vivaldo Moreira, diretor do sindicato de São José e que concorre à presidência nas próximas eleições da entidade, lembrou a luta de 2008 contra o banco de horas. Na época, a General Motors abriu 600 vagas em troca da aceitação do banco de horas, que foi rejeitado pela categoria. Agora, ainda no início de 2009, a GM demitiu 802 trabalhadores.

“Se tivesse passado o banco de horas, a GM demitiria e permaneceria o banco de horas”, disse Vivaldo. Ele falou também que “aquela vitória nos fortaleceu para enfrentar as demissões”. Para ele, os sindicatos tem de ter firmeza e determinação e não aceitar as imposições das empresas.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas estava representado pelo seu presidente, Jair dos Santos, membro da Intersindical. Ele afirmou que a crise atual é uma crise do sistema capitalista e que, por isso, a luta “tem de ter uma perspectiva revolucionária se quisermos garantir o emprego pleno”. Ele criticou a postura de outras centrais de negociar direitos, como a Força Sindical e a CUT em diversas regiões. “As direções sindicais que entrarem nessa lógica do governo vão sofrer a pressão de suas bases”, concluiu.

Em nome do PSTU, Toninho Ferreira, candidato a prefeito da cidade nas últimas eleições, enfatizou a perversidade do sistema capitalista para os trabalhadores. “Na hora de produzir, tem que unir todos, mas na hora de dividir os lucros, fica com uma meia dúzia”, disse ao mencionar os altos lucros que as empresas tiveram nos últimos anos explorando a mão-de-obra brasileira.

Toninho lembrou, parafraseando o presidente Lula, que “nunca na história desse país se mandou tanto dinheiro para o exterior”. Por isso, ele defendeu que os trabalhadores devem exigir do presidente que faça uma Medida Provisória que impeça as empresas de demitirem.

Da praça, os manifestantes seguiram em caminhada até o calçadão da rua 7 de Setembro. A passeata chamou a atenção do comércio e da população que transitava no local.

Para encerrar o protesto, Zé Maria de Almeida, da Conlutas conclamou a unidade dos trabalhadores de todo o país para construir um movimento nacional de resistência às demissões e à retirada de direitos. Ele criticou a negociação de direitos com patrões e governo, como vem fazendo CUT e Força Sindical em diversas ocasiões. Informou, ainda, que a Conlutas enviou ofício às demais centrais para a construção de ações conjuntas, a começar com uma paralisação em todo o país em março.

Zé Maria também cobrou das autoridades públicas ações concretas contra a crise para que os trabalhadores não paguem por ela. “Queremos estabilidade no emprego e depende de uma assinatura de Lula”, disse. Ele lembrou que o presidente assinou uma medida para liberar ajuda financeira às empresas e bancos, mas ainda não teve nenhuma ação semelhante para os trabalhadores.

VEJA O VÍDEO PRODUZIDO PELO SINDICATO


Ato contra as demissões e a redução de direitos e salários from Rodrigo Correia on Vimeo.