Zé Mara conversou com operários no canteiro de obras
Wellingta Macedo

Ato de lançamento das pré-candidaturas do PSTU nesta última sexta, 7, contou com participação de 300 pessoasCerca de 300 pessoas ouviram entusiasmadas as propostas do PSTU para as eleições de 2010. O ato no clube Monte Líbano, em Belém, apresentou a pré-candidatura de José Maria de Almeida, o Zé Maria, a presidente da República e as pré-candidaturas do PSTU a governo e vice do estado, ao Senado e para deputados estadual e federal.

O encontro reuniu operários da construção civil, professores em greve, militantes do campo, estudantes e filiados ao partido. Muitas entidades estiveram presentes, como o SINASEFE, ADUFPA e ASANDE – Fórum contra a criminalização dos Movimentos Sociais. O evento também contou com convidados, como a ARS-PSOL.

Em sua chegada à capital paraense, Zé Maria cumpriu uma agenda corrida. Às 9 horas, esteve na redação do jornal “O Liberal”, o principal do estado, para uma entrevista. Ele esteve acompanhado do pré-candidato a governo do estado, o operário da construção civil Cléber Rabelo. Ao meio-dia, visitou o canteiro de obras da Acrópole, uma das maiores empresas do ramo da construção civil de Belém, acompanhado de Cléber e do pré-candidato a deputado federal pelo PSTU, o também operário Aílson Cunha.

Zé Maria falou para cerca de 120 operários que o escutaram atentamente. “É preciso apresentar uma alternativa para os trabalhadores”, disse. Ele falou da importância do PSTU apresentar candidaturas operárias e revolucionárias para a classe trabalhadora. E avaliou o governo Lula, um governo que segundo ele, empresta dinheiro para os patrões e esquece-se dos trabalhadores. “Só no ano passado, o governo Lula emprestou 308 bilhões de reais para os banqueiros”, afirmou. Zé Maria foi muito aplaudido pelos trabalhadores e alguns fizeram perguntas. Para Benedito Lopes da Costa, servente da Acrópole, foi muito importante a visita de Zé Maria na obra. De acordo com ele: “Nunca apareceu nenhum candidato na obra. Foi importante ouvi-lo”, afirmou.

À noite, no clube Monte Líbano, Zé Maria falou dos desafios que a classe trabalhadora tem pela frente e o esforço dos socialistas para construir ferramentas e condições para que os trabalhadores possam viver em uma sociedade igualitária. Ele enfatizou as condições adversas e perguntou: “Por que então aceitar mais este desafio”? e respondeu: “Nós (do PSTU) achamos que o debate político que irá se abrir no país durante este período eleitoral é muito importante”, afirmou. Ele falou sobre a conjuntura internacional citando o caso da Grécia e a crise que enfrenta este país e foi claro: “O Brasil não está na mesma situação, exatamente pela a ajuda do governo Lula aos banqueiros”, disse Zé.

Os pré-candidatos do PSTU no Pará, também falaram para os convidados. Ângela Azevedo, pré-candidata a deputada estadual, coordenadora do Sindtifes, fez um chamado para que todos apóiem as candidaturas do PSTU. Aílson Cunha, pré-candidato a deputado federal, disse: “Os trabalhadores podem construir um mundo melhor”. Já Cléber Rabelo, pré-candidato a governo do estado, disse que o PSTU não acredita que as eleições libertarão os trabalhadores da exploração, mas então por que o PSTU participa, perguntou ele. “Porque a população ainda acredita nas eleições, o partido participa para denunciar a falsa “democracia” e disputar a consciência dos trabalhadores”, afirmou Cléber.

No ato, Zé Maria tocou em duas questões polêmicas. A pré-candidatura de Marina Silva e a não realização de uma frente de esquerda. Sobre o primeiro tema, Zé falou que a pré-candidatura de Marina Silva não tem de fato a defesa do meio ambiente. “Ela era do governo Lula no momento em que foi aprovada a transposição do rio São Francisco, a lei dos transgênicos e os ataques à Amazônia. Ela defende o mesmo modelo econômico que Lula”, disse. Sobre a Frente de Esquerda, Zé disse que infelizmente ela não foi possível por diferenças com relação ao programa de campanha e os critérios de financiamento. “O PCB resolveu ter candidatura própria (o que nós, do PSTU, respeitamos) e não se chegou a um acordo com a maioria da direção do PSOL”. E foi taxativo: “O PSTU não tem nenhuma disposição de trocar suas ideias para eleger deputados”, falou.

Para finalizar, Zé Maria afirmou: “Nós vivemos em país rico. O estado do Pará é um estado rico, porém é preciso que os recursos naturais sejam nacionalizados e colocados sob o controle dos trabalhadores. Isso é a aplicação do socialismo”, afirmou. Ele disse que a tarefa não é apenas do PSTU e chamou a todos e a todas que ajudem o partido no desafio da campanha e conheçam o partido.