No final de setembro, foi realizado em São Paulo o primeiro encontro da Assembléia Popular, promovido por sindicalistas ligados ao P-SOL e à esquerda cutista e, de acordo com seus organizadores, o objetivo seria o de unificar setores que estão fora da CUT e os que ainda permanecem na central.

Essa avaliação não aponta somente uma pequena diferença tática, mas estratégica sobre os rumos do sindicalismo do país. O que está em jogo é uma questão de fundo: é necessário ou não superar a CUT e construir uma nova central para levar a unidade da luta dos trabalhadores contra o governo? Os que apostam na construção da Conlutas dizem que sim, pois sem uma alternativa nacional, as lutas locais vão terminar sendo derrotadas e levadas à dispersão.

A maioria dos organizadores da Assembléia, o que inclui os setores da esquerda da CUT, afirma que não, que não é correto construir uma alternativa à CUT. Ajudam a confundir os trabalhadores, vendendo a idéia de que a unidade para a luta pode passar pela CUT. Por isso, seguem dentro da CUT, boicotando os atos da Conlutas. Por isso, a Assembléia marcou um encontro para abril de 2006, exatamente na mesma data do congresso convocado pela Conlutas, com o objetivo de enfraquecer a construção da alternativa que surge. Ajudam, assim, a manter a sobrevida da CUT.
Um setor do P-SOL já está engajado na construção da Conlutas, o que é muito importante. Outra parte do P-SOL, contudo, não só não participa, como luta contra a construção da Conlutas, tentando impedir o surgimento de uma alternativa para as lutas dos trabalhadores. Os companheiros precisam superar essa situação, da mesma forma que os demais setores que estão na Assembléia Popular: é preciso romper com a CUT e somar forças na construção de uma alternativa para as lutas dos trabalhadores. A longa lista de traições dessa central, que aumenta a cada luta que acontece, só reforça essa necessidade.

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