Os servidores públicos municipais de Diadema (SP) encerraram, no dia 4 de maio, uma greve que durou 17 dias. A forte mobilização teve como vanguarda setores da educação, da saúde e da guarda civil municipal. O Prefeito quis pagar para ver e viu.
O modo petista de governar não difere em nada das prefeituras burguesas. O prefeito de Diadema é José de Filippi Junior, tesoureiro da última campanha de Lula. Em março, sem comparecer à mesa negociação aberta desde novembro de 2006, apresentou a “boa notícia” para categoria: reajuste de 3,12% enquanto os servidores reivindicavam reposição das perdas de 33%.
A mobilização da categoria teve vários pontos altos. Os servidores realizaram várias manifestações pela cidade, piquetes em porta de escola e postos de saúde, ocuparam por 40 minutos a Rodovia dos Imigrantes. Os servidores também realizaram um protesto no 1º de Maio na Igreja Matriz de São Bernardo do Campo, onde o presidente Lula assistiria à missa. Eles queriam exigir que Lula intercedesse ao seu favor. Essa ação causou um grande constrangimento ao presidente que, para não encontrar os grevistas não foi à missa, fato amplamente divulgado na imprensa burguesa. Os jornais relataram que durante 27 anos essa foi a segunda vez que Lula não foi à missa de 1º de Maio. A outra ausência foi em 1980, pois fora preso pela ditadura.
O ponto alto da greve, porém, foi a ocupação por tempo indeterminado da Câmara dos Vereadores de Diadema, no dia 3 de maio. Mais de 800 servidores ocuparam a casa, forçando a administração a apresentar, por escrito, outra proposta.
Ao final dos 17 dias, os servidores em assembléia votaram pelo fim da greve, mas não da mobilização, já que existe uma grande desconfiança com a atual administração. Setores da ultra-esquerda e da Guarda Civil defenderam a continuidade da greve, mas os servidores rejeitaram a proposta por ampla maioria.
Ao som do hino da Internacional Comunista, alguns servidores terminaram a greve com os olhos cheios de lágrimas, mas com a sensação de vitória, de dignidade recuperada e auto-estima elevada. Todos se abraçaram para comemorar e fixar na memória os momentos de convivência durante a greve.
Todo esse processo teve uma participação importante de muitos ativistas que se organizaram através do Comando de Greve e que ganhou um respeito muito grande entre os servidores. Com o fim da greve, o Comando transformou-se em Comando de Mobilização de Base.
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