Fotos Rodrigo Noel

Manifestantes ocupam plenário e obrigam vereadores a convocarem sessão pública

Nesse dia 14, enquanto três mil pessoas realizavam uma manifestação pelo centro de São Paulo exigindo “Fora Alckmin” e em defesa do passe-livre, na Câmara Municipal da cidade cerca de 30 pessoas ocupavam o plenário. Encabeçada pela ANEL, a ocupação defendia o passe-livre e exigia uma audiência pública sobre transporte convocada pela Câmara.

Estamos reivindicando o passe-livre, a abertura da caixa-preta dos transportes, a estatização do transporte público, e queremos a convocação de uma audiência para a abertura de negociação dessas reivindicações“, explicou Clara Saraiva, da Comissão Executiva Nacional da ANEL. “Esse processo acontece no país inteiro, várias Câmaras Municipais já foram ocupadas, como Belém, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, e a gente aqui está se somando a essa luta e o nosso próximo destino, com certeza, vai ser a Assembleia Legislativa, porque a gente não aguenta mais essa corrupção“, disse ainda.

Quando os manifestantes chegavam na galeria da Câmara, a polícia tentou tirar as pessoas do plenário sob o argumento que o espaço teria que passar por uma “limpeza”, e que logo depois seria reaberto. Os manifestantes não engoliram essa manobra e se recusaram a se retirar de lá, estendendo uma faixa escrita “Câmara Ocupada” e gritando palavras de ordem em defesa do passe-livre, como “R$3 não dá/Eu quero passe-livre/Passe-livre já!”.  Com a recusa dos ocupantes, a Polícia Militar bloqueou as entradas para a galeria.

Hoje é um dia histórico para a cidade de São Paulo, além do ato que reuniu três mil pessoas, a ANEL promoveu uma ocupação da Câmara para exigir a abertura da caixa-preta de todas as empresas que lucram milhares de reais e também o passe-livre a estudantes“, exigiu Arieli Tavares, estudante da USP e membro da ANEL. Ela denunciou ainda a dura repressão policial que ocorria do lado de fora. “É um absurdo que os manifestantes que estão do lado de fora esteja agora recebendo bomba na cabeça“, disse.

O impasse se estendeu por algumas horas até uma negociação mediada pelo vereador Ricardo Young (PPS) e o presidente da Câmara, José Américo (PT), com os ocupantes da Câmara. Pelo acordo, a Câmara se compromete a convocar uma sessão pública da CPI dos transportes no Salão Nobre, com capacidade para 380 pessoas, além de um telão para mais 300 do lado de fora. Com a exigência atendida e a abertura de negociação, os manifestantes saíram da Câmara para se unirem às dezenas de jovens que permaneciam do lado de fora em solidariedade à ocupação.  A sessão deve ocorrer no próximo dia 22, às 18h.

Os manifestantes, porém, sabem que não podem confiar numa CPI da Câmara e, priorizando a ação direta, realizaram uma plenária na entrada do prédio convocando um novo ato público para o mesmo dia 22, às 16h, em frente à Prefeitura.

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