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Professora do Rio Grande do Norte participa de ocupação da Câmara municipal pelos trabalhadores grevistas

As trabalhadoras e trabalhadores da educação municipal de Fortaleza, que resistem bravamente em um processo de greve iniciado no dia 27 de abril, participaram, nesse 25 de maio, de um debate organizado pela CSP-Conlutas, com a presença da professora do Rio Grande do Norte, Amanda Gurgel.

Recebida com entusiasmo por militantes, grevistas e sindicalistas, Amanda Gurgel, que na última semana ficou conhecida nacionalmente por questionar a secretária de educação e deputados durante audiência pública realizada na cidade de Natal, falou sobre a atual situação da educação brasileira e afirmou estar sofrendo perseguição devido aos últimos acontecimentos.

De acordo com Fernanda Guimarães, professora da rede municipal de ensino de Fortaleza, situações como a protagonizada por Amanda Gurgel são importantes para ganhar o apoio da sociedade nos processos de reivindicação. "A imprensa local costuma boicotar todas as nossas ações. O que a Amanda conseguiu foi sintetizar e mostrar ao país os problemas mais corriqueiros vivenciados por nós, professores, e isso foi muito positivo", afirmou.

Greve em Fortaleza
Na capital cearense, a greve de professores teve início com a pressão da categoria para que a atual prefeita, Luizianne Linz (PT), cumprisse com questões já previstas no Estatuto do Magistério, tais como: licença prêmio; redução da carga horária de trabalho; 30 dias de férias ao fim de cada ano letivo; e tempo para planejamento.

Embora tenha sido a lei do piso municipal, no último dia 16, considerada legal, no dia 19 a prefeita encaminhou mensagem para aprovação na Câmara que divide a categoria, uma vez que propõe o pagamento do que é previsto em tabela às professoras e professores de nível médio, e salários mais baixos que os atuais às de nível superior e com especialização.

Conforme afirma Fernanda, "a cada dificuldade os professores respondem em atos mais massivos", como o que na manhã desta quarta-feira conseguiu ocupar a Câmara e impedir a votação da mensagem enviada pela prefeita. Amanda Gurgel participou da ocupação, que teve grande repercussão na mídia. E assim segue em uma série de mobilizações que culminarão na Audiência Pública a ser realizada no próximo dia 30.

A greve de professores da educação municipal de Fortaleza, que conseguiu atingir a adesão de 100% da categoria que hoje conta com cerca de treze mil trabalhadoras e trabalhadores, já segue, por si só, vitoriosa.