Foto: Tácito Chimato
PSTU-SP

Deyvis Barros, de São Paulo (SP)

Em um evento que contou com mais de 400 ativistas do movimento sindical, popular, estudantes, professores e dirigentes de organizações partidárias que compõem o Polo Socialista e Revolucionário, Altino e Flávia foram lançados como pré-candidatos a governador e vice do Estado de São Paulo. Vera, pré-candidata à presidência da República pelo PSTU e pelo Polo Socialista Revolucionário, esteve presente na atividade, que ocorreu no último sábado, 21, no Sindicato dos Metroviários.

Para Flávia, que abriu o ato, “São Paulo, apesar de ser o Estado mais rico do país, os problemas sociais que enfrentamos são os mesmos da nossa classe no resto do país e em outros países do mundo”. A professora e pré-candidata a vice-governadora denunciou o governo PSDBista, destacando uma cena que ocorreu semana passada, que foi o despejo de mais de 100 famílias e dezenas de crianças de uma ocupação no Centro da capital, na véspera do dia mais frio do ano.

“Essa desocupação mostra como o governador Rodrigo Garcia e essa elite paulista odeia os pobres. E de onde eu venho, lá da Brasilândia, os jovens pobres são tratados como criminosos. E os trabalhadores e professores são atacados enquanto as escolas são fechadas e se investe em presídios, aumentando o abismo que existe entre os filhos dos pobres e os filhos dos ricos”, disse Flávia.

Foto: Deyvis Barros

Um ato representativo

O ato foi muito representativo e contou com intervenções de ativistas do movimento operário, camponês, estudantil, dos funcionários públicos e do movimento popular. Estiveram presentes e fizeram uso da palavra ativistas das correntes que constroem o Polo Socialista e Revolucionário, como Renato Assad, da Corrente Socialismo ou Barbárie, e Diego Vitello, da Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST/PSOL), que denunciaram o curso que tomou o PSOL, abandonando a independência de classe, e se somam a candidatura de Altino e Flávia como alternativa socialista para apresentar um projeto revolucionário para o país e para São Paulo.

O conjunto das intervenções destacava a importância de enfrentar em primeiro lugar a ultradireita bolsonarista e a candidatura do PSDB que governa do São Paulo há três décadas e é o responsável pela pobreza crescente no Estado mais rico do país. Também, debateu-se a necessidade de enfrentar as alternativas de conciliação de classes encabeçada pelo PT, mas na qual PCdoB e PSOL entraram de malas e bagagem.

Foi destaque no ato a presença de colunas de várias ocupações urbanas de cidades paulistas e também representantes de importantes lutas operárias que estão acontecendo no país, como a resistência dos trabalhadores da Caoa Cherry e da Avibrás em São Paulo e da CSN do Rio de Janeiro.

Foto: Deyvis Barros

Vera e Altino

Presente no ato, Vera, pré-candidata do PSTU e do Polo Socialista e Revolucionário à presidência da República, fez uso da palavra saudando o ato. Ela destacou a importância de enfrentar Bolsonaro e suas ameaças golpistas e denunciou aqueles que utilizam essa tarefa como justificativa para se aliar a banqueiros e grandes empresários.

“Nós temos independência de classe, por isso, vamos tirar dos 315 bilionários para resolver o problema dos desempregados e daqueles que não tem onde morar. Nós não vamos pagar a dívida pública, pra com esse dinheiro investir em saúde, educação, transporte saneamento básico e construir creches. Essas tarefas não se fazem abraçados com a burguesia, como estão o PT, PCdoB e o PSOL”, ressaltou Vera.

O pré-candidato ao governo de São Paulo, Altino, encerrou as intervenções no ato, denunciando o enriquecimento dos grandes bilionários durante a pandemia, enquanto milhões entraram na extrema pobreza. Para ele esse é o retrato de São Paulo, do Brasil e do sistema capitalista como todo.

Lembrando de junho de 2013, em que Altino cumpriu um papel de destaque nas mobilizações e foi preso nas repressões aos protestos, ele relembrou que aquelas mobilizações se enfrentaram e foram reprimidas duramente por Haddad (PT), que era prefeito de São Paulo, Alckmin (PSB), que era governador do Estado e na época do PSDB, e por Dilma (PT), que era presidente do país.

“Nas ruas, a gente se junta com todos que queiram enfrentar Bolsonaro e seu governo genocida, mas nas eleições o nosso projeto não é o mesmo do PSOL, PT, Ciro Gomes, porque nós queremos tirar a riqueza dos bilionários para resolver os problemas da nossa classe”, destacou Altino.

O pré-candidato defendeu a reestatização das empresas privatizadas, como é o caso da CCR, que poderia ser um passo para ir a medidas que beneficiam o povo pobre, como a tarifa zero no transporte público. Defendeu ainda que a sua pré-candidatura, em parceria com a professora Flávia, “representa a luta dos de baixo contra os de cima, é uma pré-candidatura para fortalecer a luta para a construção de outra sociedade em que nós não precisemos estar lutando por coisas básicas, como salário, moradia ou vagas nos hospitais”, finalizou.

O ato se encerou com o plenário cantando com toda força que “a nossa luta é sem patrão, tô com Altino pra fazer revolução” e com uma saudação à resistência do povo ucraniano contra a agressão de Putin.