A herança deixada pela natureza para a humanidade foi um total de 2 trilhões e 450 bilhões de barris de petróleo. Ajudadas pelos governos dos países possuidores de acumulações petrolíferas, as Big Oil Companies se apoderaram dessa riqueza produzida pela natureza para a humanidade. Deste total, só existe ainda para extrair 737 bilhões de barris (fechamento da revisão de 2008, utilizando o declínio de extração de -3%).
O modelo de partilha (doação) de exploração e de extração de petróleo do Mar do Norte é o preferido do governo do Brasil. Por isso, foi criada uma comissão interministerial para copiar o regime de partilha (doação) da Noruega. As Big Oil já extraíram 44 bilhões de barris de petróleo do Mar do Norte. Restam apenas 17 bilhões de barris para extrair da região.
A extração de petróleo da Noruega começou em 1975. No Mar do Norte, o pico de descoberta foi atingido em 1973, dois anos antes da largada da operação de extração. Em 2000, 27 anos depois, o pico de extração de petróleo foi alcançado.
A manobra do governo do Brasil pode culminar com a criação de uma empresa estatal gerenciadora da doação do petróleo do povo brasileiro para as Big Oil Companies, principalmente dos Estados Unidos e da Inglaterra. Nesse mesmo embalo, a Petrobras é transformada numa gigantesca empresa de prestação de serviços terceirizados de exploração e de extração de petróleo e gás natural para as Big Oil.
Enquanto os Estados Unidos da América e o Canadá têm apenas 31 bilhões de barris ainda para extrair, o Brasil pode ter até 149,3 bilhões de barris. O Oriente Médio do Golfo Pérsico e a Eurásia ainda têm, respectivamente, 432 e 182 bilhões de barris.
Mas a situação dos Estados Unidos e do Canadá – que precisam manter sempre abarrotados os seus estoques estratégicos – pode ficar cômoda por conta das ações governamentais favoráveis aos seus interesses. No Brasil, por exemplo, já existe o regime de concessão (entrega), e o atual governo batalha pelo regime de partilha (doação) que doa o petróleo e o gás natural das bacias sedimentares brasileiras para as Big Oil do imperialismo.
As cinco principais Big Oil Companies (BP, Chevron, Conoco Philips, Exxon Mobil e Shell) acumularam, de 2001 até 2007, lucro de US$ 1,038 trilhão. Através do regime de concessão, o governo do Brasil já entregou 38% (56,7 bilhões de barris de óleo equivalente) da reserva total de até 149,3 bilhões de barris. Ou 32,2 bilhões de barris de óleo equivalente (38%) do total avaliado em 2001 pela USGS World Energy de 84,671 bilhões de barris de óleo equivalente, desde a bacia de Sergipe e Alagoas até a bacia de Pelotas.
As maiores concentrações de campos gigantes de petróleo e gás natural estão no Oriente Médio do Golfo Pérsico, nas regiões do Iraque (Kuwait e Arábia Saudita) e Irã. A Venezuela pode passar a ter, depois do Brasil, a terceira concentração de campos gigantes de petróleo e gás natural.
O Brasil, em comparação aos países do Oriente Médio, ocupa o segundo lugar em volume de reserva (até 149,3 bilhões de barris ainda para extrair), depois da Arábia Saudita (171 bilhões de barris ainda para extrair). Mesmo com a avaliação da USGS World Energy de 84,671 bilhões de barris de óleo equivalente, 44% abaixo de 149,3 bilhões de barris, o Brasil ainda ocupa o segundo lugar, depois da Arábia Saudita. Além disso, ainda há a média das reservas reportadas pelos governos que, infelizmente, não são confiáveis.
A missão principal da Associação para o Estudo do Pico de Petróleo e Gás Natural do Mundo (ASPO) é o combate a essa prática informativa corrompida das Big Oil e de seus governos. Crescem as reservas quando é para especular na bolsa de valores, ou diminuem quando é para entregar as acumulações de petróleo e gás natural para as Big Oil do imperialismo.