Rapina capitalista está esgotando as reservas petroleiras e pode trazer maiores e mais longas crises econômicas mundiaisA natureza produziu para a humanidade 2 trilhões e 450 bilhões de barris de petróleo, sendo 78% de petróleo convencional e 22% de petróleo não-convencional.
O petróleo é uma matéria-prima energética, finita e insubstituível. Mundialmente, quase todas as reservas petrolíferas existentes em terra, águas rasas (até 500 metros de profundidade) e águas profundas (entre 500 e 2 mil metros) já foram descobertas. Resta, agora, a exploração e produção de hidrocarbonetos aprisionados sob a espessa camada de sal de águas ultraprofundas (abaixo de 2 mil metros).
No Brasil, o campo de Tupi, por exemplo, está localizado numa região de águas muito profundas, abaixo de 2 mil metros de lâmina d’água (o pré-sal). No litoral brasileiro, podem ser encontrados entre 90 e 150 bilhões de barris de petróleo não-convencional ainda para ser retirado do subsolo.
Os campos maiores foram achados primeiro, por razões óbvias, há muito tempo atrás com tecnologia nada mais avançada do que o martelo e a lupa de mão do geólogo. Apesar dos avanços tecnológicos, desde 2003 não foi encontrado nenhum campo de petróleo convencional gigante.
O fim do petróleo abundante e barato é datado quando ocorre o pico de produção mundial e começa o declínio (esvaziamento) irreversível da extração de petróleo. O pico de petróleo é a verdadeira razão para o lançamento da guerra ao terrorismo, do assalto ao Oriente Médio, Ásia Central, África e América Latina.
Esgotamento
A natureza não vai fazer outra dose de petróleo. É cada vez mais caro explorar e extrair o resto do petróleo ainda para achar e produzir.
Mesmo a extração racional esgota os recursos, mas ao longo de milhões de anos. A forma irracional utilizada pelo capitalismo imperialista o petróleo convencional é esgotado em menos de cem anos, abrindo as portas para uma piora das crises já vividas pela humanidade. A partir de agora há uma combinação entre as crises econômicas com o esgotamento de nosso principal recurso energético.
A estratégia político-militar
A estratégia político-militar do governo dos Estados Unidos está centrada pela sede do recurso mais precioso e cada vez mais escasso do nosso tempo: o petróleo. As buscas pelo petróleo levaram as invasões militares no Afeganistão (2001) e Iraque (2003), bem como a tentativa de golpe militar na Venezuela (2002). O plano político e militar original do imperialismo ainda incluía uma invasão ao Irã.
Invadir, ocupar e controlar essas reservas de petróleo e as suas rotas, de sua origem até chegar aos EUA, tem sido uma prioridade do governo estadunidense para, desesperadamente, tentar garantir a auto-suficiência do capitalismo imperialista e a rentabilidade do mercado financeiro.
A rapina capitalista está esgotando as reservas petroleiras antes que uma matriz energética alternativa seja gestada de maneira conveniente. Isso pode levar o mundo ao caos e com certeza trará maiores e mais longas crises econômicas mundiais.
Somente a construção de uma sociedade socialista em que se racionalize e se planifique os meios de produção poderá evitar esta catástrofe.
Dalton Francisco dos Santos é geólogo e diretor do Sindicato dos Petroleiros de Alagoas e Sergipe
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