Roberto Aguiar, de Salvador (BA)

Cerca de 7,1 mil enfermeiros estão em greve nos Estados Unidos desde a última segunda-feira, dia 9. A categoria se diz frustrada por não oferecer aos pacientes o cuidado que eles merecem. “A nossa luta é para para fornecer aos pacientes cuidados de saúde de qualidade”, disse a enfermeira Naniaka Camara, em entrevista à rede TV CNN.

Às vezes sinto que o que fiz foi inútil, peço desculpas por coisas que não têm nada a ver comigo”, ressaltou a enfermeira no piquete em frente ao hospital de seu bairro. Camara informou que costuma ocorrer atrasos no fornecimento de medicamentos e denunciou que o número de profissionais é pequeno frente à demanda de pessoas a serem atendidas. Ela pontuou que os profissionais de saúde precisam estender seus turnos de trabalho para 12 ou 14 horas.

A greve atinge três hospitais de Montefiore, que fornecem cerca de metade dos leitos hospitalares no Bronx, e no hospital Mount Sinai, no Upper East Side de Manhattan.

Uma luta que vem de 2022

A luta dos profissionais da saúde nos Estados Unidos já vem ocorrendo desde o ano passado, quando 5 mil enfermeiros entraram em greve em Minnesota, assim como 2 mil profissionais de saúde mental na Califórnia e no Havaí.

De acordo com Departamento do Trabalho norte-americano, das 20 principais greves ocorridas no país nos primeiros 11 meses de 2022, sete delas, ou 35%, foram na área da saúde. Cinco delas, ou 25%, foram greves de enfermeiras.

A pauta central é a melhoria na qualidade do atendimento à população e contratação de mais profissionais.

A escassez de profissionais de saúde nos hospitais é anterior à pandemia da covid-19. A pandemia foi o ponto de inflexão para muitos enfermeiros. “Os profissionais de enfermagem aprenderam durante a pandemia que seu empregador não estava preocupado com sua segurança ou com a segurança de seus pacientes”, disse Sal Rosselli, presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Saúde, à rede de TV CNN.

As péssimas condições de trabalho e a falta de valorização dos profissionais tem feito com que profissionais abandonem a enfermagem. A ECRI, uma empresa independente de pesquisa em saúde, previa que até 2025 haveria uma escassez de 1 milhão de enfermeiros nos EUA. Dados que já estão defasados, já que muitos profissionais deixaram a profissão devido à pandemia.

Todo apoio à greve

É importante realizar uma corrente de solidariedade internacional em apoio à greve da enfermagem nos EUA e dos demais profissionais da saúde em luta naquele país.

O PSTU, assim como Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI), emite seu apoio à esta greve, que seja forte e que os trabalhadores alcancem suas reivindicações.

A greve começou na segunda-feira, dia 9, segue firme até o dia de hoje.