Redação
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- Estabilidade no emprego, aumento dos salários e direitos
- Vacina para todos já, com a quebra das patentes
- Auxílio-emergencial de R$ 600
- Não à privatização dos Correios e da Eletrobrás. Chega de privatizações!
- Em defesa da floresta, dos povos indígenas e do meio ambiente!
- Chega de racismo, LGBTIfobia, machismo
- Prisão dos corruptos e corruptores
No momento em que o Brasil ultrapassa meio milhão de mortes notificadas por COVID-19 (os números reais são bem maiores), descobre-se que, por trás do desprezo do governo Bolsonaro pelas vacinas, estava um grande esquema de corrupção. Enquanto se negava reiteradamente em adquirir vacinas, o governo, com setores da cúpula das Forças Armadas, articulava por debaixo dos panos a compra de vacinas superfaturadas, cobrando propinas para empresas atravessadoras cujos donos são amigos do presidente. Cada dose superfaturada em 1 dólar, ou R$ 5, esse é preço da sua vida para o governo e seus amigos.
Resultado da roubalheira: vacinas atrasadas para encher o bolso desse bando miliciano que está no poder. Enquanto isso, centenas de milhares, principalmente pobres e negros, morriam sem vacina, sem UTI ou mesmo sem oxigênio. Um genocídio movido pelo negacionismo e a corrupção.
Além do morticínio, o desemprego é recorde, a juventude sofre com trabalhos precários e a inflação come cada vez mais a renda do povo. Os preços dos alimentos, o gás de cozinha e a conta de luz disparam, enquanto nossos salários só diminuem.
A paciência dos trabalhadores e do povo pobre, porém, vai se esgotando. A desaprovação a esse governo é recorde, segundo pesquisa Datafolha, 51%, mais da metade, o considera ruim e péssimo. Já 70% acham que existe corrupção em seu governo. Mas esse governo não vai cair sozinho. Ele tem o centrão ao seu lado, com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e bilhões em emendas e cargos para se manter lá. Tem ainda o apoio dos banqueiros e do grande empresariado, que continuam enriquecendo em meio ao aumento da miséria e da fome.
Para botarmos fim a esse governo é preciso ampliar as manifestações. E junto a elas, construir, desde abaixo, uma greve geral, que pare a produção e faça doer no bolso de quem sustenta esse governo. Precisamos aumentar nossa auto-organização embaixo, e ao mesmo tempo exigir que as direções, principalmente as direções das grandes centrais sindicais, organizem a greve geral.
DITADURA NUNCA MAIS
Chega de ameaças golpistas!
Cada vez mais acuado, Bolsonaro reafirma suas ameaças de golpe. Repete que não vai aceitar um resultado nas urnas que não seja sua própria vitória. Já a cúpula das Forças Armadas, com o ministro da Defesa, Braga Neto, à frente, ameaçou a CPI do Senado contra as investigações de corrupção que envolvem gente do alto escalão do Exército, como o ex-ministro e general Eduardo Pazuello.
Bolsonaro tenta articular uma saída autoritária e ditatorial para se manter no poder, e escapar da cadeia, e a alta cúpula das Forças Armadas assina embaixo disso para manter toda a mamata e esquemas de corrupção em que estão se esbaldando. Enquanto isso, reforçam as ameaças a jornalistas, perseguem ativistas e punem servidores contrários a eles.
É mais um motivo para tirar Bolsonaro e Mourão de lá já! Esperar 2022 é dar as condições para que Bolsonaro e sua gangue, junto com a alta cúpula militar, continue armando milícias e adestrando policiais e militares para apoiarem essa sua política de golpe e ditadura.
Em defesa das LGBTI’s, das mulheres, dos negros e negras e dos povos indígenas
Entre a classe trabalhadora, os setores oprimidos são os que mais sofrem. As LGBTI’s são assassinadas, sofrem com o assédio e o trabalho mais precarizado, além de não terem atendidas suas necessidades mais básicas de saúde. A juventude negra segue morrendo com o genocídio nas periferias, e as mulheres seguem vítimas do feminicídio, agravado nesta crise e pandemia. As populações originárias são exterminadas e têm direitos históricos tirados. É preciso unificar a luta da classe trabalhadora e de todos os setores oprimidos.
FORA BOLSONARO E MOURÃO, JÁ!
Tirar Bolsonaro já e avançar numa alternativa independente dos trabalhadores
A direção do PT e parte da direção do PSOL não querem tirar Bolsonaro agora, mas deixá-lo sangrar até 2022. Mas não podemos esperar, a cada dia que passa no poder são mais mortes, desemprego e miséria, e um passo a mais em seu projeto de ditadura. O fora Bolsonaro-Mourão é para já, e para isso precisamos de toda a unidade possível na luta, nas ruas.
Mas, além de lutar unidos para tirar Bolsonaro, é preciso discutir o que defendemos colocar no lugar. As mesmas direções do PT e de parte do PSOL que querem jogar tudo para as eleições, defendem uma candidatura de frente ampla para governar, junto com os banqueiros, grandes empresários e latifundiários.
Um governo de unidade com os patrões não vai mudar a vida da classe trabalhadora, do povo pobre ou da juventude. Nem um governo da direita tradicional como Dória, PSDB, DEM, PDT, etc., e nem um governo de unidade de Lula com eles, ou com partes do DEM, como Rodrigo Maia, o MDB de Renan Calheiros, etc. Não vai garantir empregos, direitos e futuro aos trabalhadores de aplicativos, ou empregos não-precarizados à juventude. Muito menos enfrentar os banqueiros, parar de pagar a dívida para investir em ciência, saúde, educação e saneamento básico, revogar as reformas da Previdência e trabalhista, parar as privatizações e reestatizar as empresas privatizadas e outras medidas fundamentais. Ou enfrentar o encarceramento em massa da juventude negra.
Precisamos de toda a unidade para lutar, mas de um projeto socialista, dos trabalhadores para o país.
PROGRAMA
Enfrentar os corruptos, bilionários e banqueiros para garantir um plano dos trabalhadores
Ao contrário do que querem fazer parecer, estamos ainda longe de acabar com a pandemia. Enquanto fechávamos este texto, apenas 15% da população havia sido completamente imunizada. É preciso acelerar a vacinação, quebrando as patentes das grandes farmacêuticas para termos autonomia para produzirmos aqui as vacinas, atualizando-as contra novas cepas que surgirem. E impor um plano econômico em favor do povo pobre, que proíba as demissões, reverta a reforma trabalhista, acabando com o trabalho precarizado, e gere empregos através de um plano de obras públicas. Que garanta saúde, valorização do SUS, e educação pública de qualidade.
E tudo isso não vai ser possível se não atacarmos os lucros e a propriedade dos banqueiros e das grandes empresas. Se não prendermos os corruptos que lucram com nossas mortes. Se não pararmos de pagar a dívida pública aos agiotas internacionais.
Para colocar em prática um programa emergencial dos trabalhadores, e para mudar de fato esse país, é preciso estatizar o sistema financeiro, sob controle dos trabalhadores, para socorrer o pequeno negócio, gerar empregos e desenvolver o país. Ou seja, fazer a economia girar em favor da classe trabalhadora e não de meia dúzia de bilionários.
Temos de fazer com que os ricos paguem pela crise, taxar em 40% a fortuna dos 65 bilionários do país, que acumulam um patrimônio maior que 100 milhões de brasileiros. E estatizar a saúde privada; reestatizar as empresas privatizadas, como a Vale, sob controle operário, parando a entrega da Petrobrás e Eletrobrás, colocando-as a serviço das necessidades da população e não em prol do lucro de meia dúzia de banqueiros e especuladores.
Por uma alternativa operária e socialista
Precisamos avançar na construção de um programa e um projeto de país operário, socialista e independente dos capitalistas, que enfrente o grande capital e resolva os problemas imediatos e estruturais da classe trabalhadora, da juventude e do povo pobre. Para isso, precisamos construir um polo em defesa de uma alternativa operária e socialista, debatendo um programa socialista de transformação social, que acabe com a exploração, esse genocídio, a fome, a miséria, o desemprego, a desigualdade social e com todo tipo de opressão.