Assembleia na Ford de São Bernardo do Campo neste dia 11 de agosto
Rodnei Bispo, do ABC paulista

 Toda solidariedade à luta dos trabalhadores na Ford

A sexta-feira do dia 11 de agosto no ABC amanheceu com uma tensão no ar sobre as demissões dos trabalhadores da Ford e seus desdobramentos.

Depois de mais de dois anos adotando o lay-off (suspensão temporária dos contratos), PPE (Programa de Proteção ao Emprego) e férias coletivas por causa da baixa produção, a fábrica decidiu, unilateralmente, demitir 364 pais e mães de família, nas vésperas dos dias dos pais, “presenteando” os trabalhadores com esse duro golpe mais uma vez.

É bom lembrar que em 1998, nas vésperas do Natal, a empresa demitiu por telegrama 2.800 trabalhadores. Ou seja, entre escolher a manutenção de seus lucros e fazer as demissões, ela adiciona requintes de crueldade à classe trabalhadora.

Para tentar desmobilizar, a Ford dispensou os trabalhadores de vários setores de trabalho na próxima segunda e terça-feira. Porém, os trabalhadores compareceram em peso nesta sexta no ato convocado pelo sindicato e votaram por unanimidade fazer a luta contra todas as demissões a partir da próxima quarta-feira, com força total.

É necessário lutar pela reintegração de todos e todas. Só negociar alguns benefícios a mais na demissão não adianta. Depois de alguns meses o dinheiro acaba e a vida segue.

Trump e Temer têm tudo a ver com as demissões na Ford
No início deste ano, a Ford anunciou que fecharia mais de 20 mil vagas em suas plantas produtivas no mundo, reduzindo em 10% o seu efetivo de 202 mil trabalhadores espalhados pelo mundo e nos Estados Unidos.

Foram apresentadas duas alegações: atenderia ao pedido de concentração de investimentos nos EUA feito pelo governo Trump e, em contrapartida, para preservar e aumentar seus lucros, demitiria 20 mil trabalhadores ao redor do mundo e abriria 700 vagas de emprego nos EUA. Ou seja, aumenta a exploração nos países periféricos para aumentar a remessa de lucros à sua matriz.

E aqui no Brasil, a partir das reformas do governo Temer, com as terceirizações e a reforma trabalhista, a Ford demite mais de 15% dos trabalhadores da produção. Mesmo depois de eles terem provado o remédio amargo da redução de salários com o PPE e o lay-off, a empresa, sem pensar duas vezes e sem negociar com o sindicato, demite sumariamente 364 trabalhadores.

No sistema capitalista é sempre assim, quando os patrões começam a diminuir seu lucro, dizem que estão em crise econômica e jogam a conta nas costas dos trabalhadores, demitem, reduzem salários, terceirizam para manter seus lucros.

E no primeiro sinal de retomada da economia, além de fazer cada trabalhador se desdobrar para atingir suas metas, a Ford contrata mão de obra terceirizada para suprir suas demandas, aumentar seus lucros e precarizar ainda mais as condições de trabalho na fábrica. Utiliza as reformas de Temer para sugar ainda mais o sangue dos trabalhadores.

Fora Temer! Fora Todos! Unificar as lutas em defesa dos empregos, direitos e salários
No segundo semestre de 2017, entram em cena várias categorias em campanha salarial, como metalúrgicos, petroleiros, químicos, entre outros. Este cenário promete muita resistência dos patrões e muita disposição de luta dos trabalhadores em defesa dos seus direitos.

Os metalúrgicos já apontaram o caminho da unidade da luta na semana passada, quando reuniram e decidiram barrar as reformas do governo Temer e desse Congresso de corruptos. Vão unificar as campanhas salariais em defesa dos acordos coletivos para preservar seus direitos conquistados na luta durante todos esses anos.

Além disso, as demais centrais sindicais deveriam atender ao chamado da CSP-Conlutas e realizar novamente uma forte Greve Geral, para lutar contra os ataques do governo e combater a sede dos patrões em retirar nossos poucos direitos. É preciso repetir uma jornada de lutas que seja construída na base de cada categoria e realizar uma grande Greve Geral que anule as reformas e bote para fora o governo Temer e esse Congresso corrupto. Para isso defendemos:

Nenhuma demissão! Reintegração imediata de todos os demitidos!

Redução da jornada de trabalho, sem redução salarial!

Que os patrões paguem pela crise! Estatização das empresas que demitirem em massa!

Fora Temer e Fora Todos os corruptos!

Por uma nova Greve Geral!