São Paulo 15/05/2016 Ato contra Michel Temer na Rua da Consolação . Foto Paulo Pinto/Agencia PT

As eleições municipais se aproximam em meio ao crescimento das greves e da luta pelo Fora Temer em todo o país, o que demonstra a disposição de luta dos trabalhadores e da juventude e a possibilidade de a partir da unificação das lutas e da construção da Greve Geral derrotar Temer e o ajuste fiscal.

Após o impeachment de Dilma, abriu-se uma nova conjuntura no país. O governo e a burguesia não conseguiram, como queriam, estabilizar a situação. O novo governo resultante do impeachment é um governo frágil. Houve uma liberação de forças que está detonando um processo geral que bate de frente com o governo Temer. Hoje 90% da população quer eleições já.

Hoje, porém, as manifestações de rua pelo Fora Temer ainda não se massificaram. Parte disso tem a ver com a política do PT que tenta canalizá-los para a via eleitoral, no sentido de fortalecer a candidatura de Lula em 2018. Isso provoca a desconfiança de muitos que não querem ser manipulados pelo PT. Pra derrubar Temer é preciso construir a Greve Geral e construir democraticamente uma unidade de ação de verdade, não pra lutar contra um suposto “Golpe”, nem pra beneficiar eleitoralmente o PT. Por outro lado, o “Fora Temer” pode se massificar do ponto em grandes ações de massas com o anúncio das reformas da Previdência e trabalhista.

Erram aqueles que afirmam haver um golpe e a abertura de uma situação reacionária. O país vive um aprofundamento da situação aberta com as grandes mobiliza- ções de junho de 2013. Há greves e mobilizações por todo o lado. As greves como a de bancários, assim como a jornada de luta do funcionalismo público em Brasília, as paralisações de professores no dia 22 e a paralisação nacional dos metalúrgicos no próximo dia 29, a qual aderiram os operários da construção civil e outras categorias, colocam a possibilidade de construirmos uma paralisação unificada.

O dia 29 pode ser o primeiro passo para um dia nacional de paralisação de todos os trabalhadores em outubro. Esse movimento não só bate de frente com as reformas, mas também coloca o “Fora Temer” na ordem do dia.

É fundamental exigir das direções do movimento, especialmente, a Força Sindical e da CUT, que marquem uma data de paralisação nacional com manifestações para outubro contra o governo Temer, e os ataques aos direitos trabalhista e a a aposentadoria.

Editorial do Opinião Socialista nº 525