O Opinião Socialista entrevistou o vereador pelo PSTU em Belém, Cleber Rabelo. Na entrevista, ele avalia a tentativa de ocupação da Câmara de Vereadores e o projeto passe-livre.

Com relação a ocupação na Câmara Municipal de Belém, qual a sua avaliação em relação a postura da mesa diretora e da base aliada do governo?
Eu acho que foi uma postura muito ruim por parte do presidente da Câmara e da mesa diretora. A partir de que a mesa diretora não acata as reivindicações que vem dos anseios das ruas, que é de discutir a redução da tarifa, que é discutir o passe livre para estudantes e desempregados. O presidente da Câmara rejeitou que este debate fosse pautado na sessão. O povo ficou indignado com a situação e resolveu ocupar para impedir que os vereador fugissem como fizeram na sessão anterior. O presidente da Câmara chamou a Guarda Municipal pra reprimir os estudantes e trabalhadores, retirá-los da galeria e fechar as portas da casa. Uma hora depois a sessão reaberta de forma secreta e em menos de 10 minutos se votou em bloco o plano plurianual sem que a população tivesse direito de ouvir o que estava sendo discutido. Foi uma postura altamente autoritária que não contribui para respaldar os direitos da sociedade. A OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] entrou com uma representação, pedindo a anulação desta sessão. Apoiamos essa medida e nos colocamos a disposição no sentido de depor para que esta sessão seja anulada.
 
O líder do governo na Câmara questionou sobre os custos do passe livre. Qual é a sua  opinião sobre esse financiamento?
É sempre a mesma desculpa. É por isso que o povo está na rua, por que não suporta mais essa desculpa. Sempre tem dinheiro pra eles, mas para o povo nunca tem. A Câmara de Belém na legislatura passada votou a redução do ISS para as empresas de ônibus que tiveram um benefício de R$ 85 bilhões. Dinheiro tem, o que não querem é taxar os empresários. São os empresários que financiam as campanhas da maioria dos políticos, e quando estão no poder vem a troca de favores. Por isso que achamos que tem dinheiro, é possível voltar o ISS para 5% retirar desse dinheiro que vai ser cobrado dos empresários das empresas de ônibus. E inclusive também dos parlamentares, diminuindo os salários, acabando com os privilégios. Achamos que o dinheiro público tem que ser voltado para atender as necessidades de população e não uma minoria de parlamentares, prefeitos e governadores enquanto a população fica nessa situação de abandono nas políticas públicas.
 

Post author Thiago Cassiano, de Belém (PA)
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