No sábado, 1º de Maio, Zé Maria vai participar do ato classista em São Paulo. O Dia Internacional dos Trabalhadores será comemorado pela Conlutas e outras organizações do movimento social como um dia de luta, em que ainda há muito que reivindicar.

Neste 1º de Maio, uma parte dos trabalhadores vai mostrar que não se rendeu. Enquanto as centrais governistas farão seus megashows, com celebridades e sorteios de prêmios, a Conlutas e outras organizações vão manter a tradição e estarão unidas para fazer atos classistas que levantem as reivindicações da classe trabalhadora.

A tradição da CUT e a Força Sindical tem sido os showmícios patrocinados pelas mesmas empresas que sugam o sangue dos trabalhadores que estas centrais deveriam defender. Como lutar contra o inimigo ao lado dele?

É por isso que Zé Maria e os militantes do PSTU estarão na Praça da Sé, em São Paulo, e nos atos classistas em todo o país, ao lado da Conlutas, da Intersindical, da ANEL, da Pastoral Operária, do MTST, dentre tantas outras entidades sindicais, estudantis e populares. O 1º de Maio é um dia para lutar contra os patrões e contra o capitalismo, levantando as bandeiras que Lula e o PT baixaram quando foram para o lado dos ricos e poderosos.

Por que lutar?
Em 2008, uma crise estourou deixando milhões de trabalhadores do mundo inteiro sem emprego. No Brasil, não foi diferente. O governo Lula, deu bilhões aos bancos e às empresas para tirá-las da crise. No entanto, até hoje, nenhuma medida foi tomada para proteger os trabalhadores. os que não foram demitidos, estão trabalhando dobrado e até triplicado.

O lucro dos empresários e dos banqueiros aumentaram 400% durante o governo Lula, o salário mínimo, tão comemorado pelo governo e pelas centrais governistas aumentou 50%. Enquanto isso, o governo se nega a dar um aumento aos aposentados alegando que vai provocar um suposto rombo de R$ 100 bilhões. Como assim, se o dinheiro destinado aos banqueiros e às grandes empresas na crise chegou a R$ 370 bilhões? Isso deixa claro qual é a prioridade do governo Lula.

O 1º de Maio é o momento de lutar pelo aumento geral dos salários e pela redução da jornada de trabalho. Além disso, é preciso garantir estabilidade no emprego para que os trabalhadores não fiquem reféns das crises que surgem, em que só quem perde são eles mesmos.

Ao mesmo tempo, é preciso denunciar o papel que o Brasil tem cumprido contra os trabalhadores haitianos. Há seis anos, o país comanda uma ocupação militar criminosa no Haiti. Após a tragédia do terremoto que destruiu o país, a ocupação se torna ainda mais nefasta, não servindo para ajudar a reconstruir o país, mas para manter a opressão daquele povo.

Por isso, o 1º de Maio também é um momento especial para resgatar a tradição da solidariedade entre os trabalhadores do mundo inteiro, exigindo o fim da ocupação no Haiti e a retirada das tropas.

A luta continua
Em 1886, os trabalhadores foram às rua pela primeira vez no dia 1º de maio. Eram mais de 250 mil operários de Chicago que estavam em greve. A violência policial, no entanto, dizimou os protestos, deixando mortos, feridos e presos. Eles só queriam direito a férias, descanso semanal, aposentadoria, redução da jornada de trabalho, enfim, melhorar as suas péssimas condições de trabalho.

Hoje mais de 120 anos depois, os trabalhadores ainda estão lutando por direitos. Mesmo com algumas vitórias conquistas ao longo dos anos, muita coisa falta. E as poucas conquistas atingidas vêm sofrendo duros ataques e retrocessos. É por isso que os trabalhadores precisam continuar sua luta unidos entre si e separados dos patrões.

Nesta data, é preciso denunciar as grandes empresas que roubam o suor dos trabalhadores, provocam miséria e destroem a natureza em nome do lucro a qualquer custo. É dia de lutar por uma sociedade sem exploração, uma sociedade socialista.

SERVIÇO:
1º de Maio Classista
10h30
Praça da Sé – Centro, São Paulo (SP)

Convocam: Fórum das Pastorais Sociais e CEBS da Arquidiocese de São Paulo, Intersindical, Conlutas, MTST, ANEL, Contraponto, MUST, Sefras, Padres Oblatos de Maria Imaculada, Casa da Solidariedade, Fórum dos Trabalhadores Desempregados, Tribunal Popular, Fórum Popular de Saúde, Espaço Cultural Carlos Marighela, Instituto Zequinha Barreto, Círculo Palmarino, PSTU, PSOL e PCB

Leia, abaixo, o manifesto de convocação do 1º de Maio de luta na Praça da Sé

1º de Maio não é dia de festas, showmícios ou sorteios. 1º de Maio é dia de luta e luto! Luto porque em 1886 milhares de trabalhadores saíram às ruas de Chicago nos EUA por melhores condições de trabalho, dentre elas a redução da jornada para 8 horas. Foi uma grande greve geral violentamente reprimida com várias prisões, dentre estas a de cinco sindicalistas que foram condenados à morte, estes ficaram conhecidos como os mártires de Chicago; sendo assim, o 1º de Maio é o dia dedicado a todos aqueles que tombaram lutando e também é a data onde os trabalhadores do mundo todo (menos nos EUA) saem às ruas por direitos e conquistas.

Ao invés de organizar as lutas dos trabalhadores, algumas centrais sindicais no Brasil, como a Força Sindical e a CUT, realizam neste 1º de Maio showmícios financiados pelas mesmas empresas e governos que atacam nossos direitos. Para nós o 1º de Maio é dia de lutar contra o capitalismo, denunciando as grandes empresas, os Estados e seus governos; e reafirmar a luta cotidiana para transformar a sociedade e continuar buscando a construção de uma sociedade justa e igualitária, a sociedade socialista.

A situação da maioria do povo brasileiro continua muito difícil, milhões de trabalhadores estão desempregados ou vivendo de bicos. Mesmo os empregados na maioria das vezes não recebem o suficiente para viver dignamente. Muitos vivem em moradias precárias e os serviços públicos estão completamente abandonados, a educação, a saúde, o transporte, a infra-estrutura. A violência e a falta de perspectiva da juventude preocupam e os recursos naturais estão sendo destruídos pela ganância do capital.

No Brasil, apesar dos discursos bonitos os governantes não investem nas políticas públicas, prejudicando os mais pobres. Ao invés de atender as reivindicações populares, o Estado criminaliza a pobreza e os movimentos sociais que lutam por vida digna.

Em São Paulo, Serra e Kassab não tem a menor preocupação social. Exemplo disso na cidade foi o que aconteceu com as áreas atingidas pelas enchentes (como o Jd. Pantanal na zona leste) e a política de expulsão da população em situação de rua das áreas centrais. No estado gastam-se milhões para iludir o povo dizendo que tudo está melhor, mas quem depende da saúde e do transporte público sabe o caos em que eles se encontram, além disso, na educação os professores tiveram que recorrer à greve para defender uma escola pública de qualidade.

Lula continua adotando a política do “para o capital tudo, para o social migalhas”. Os bancos nunca lucraram tanto enquanto isso suas reformas atacam direitos trabalhistas e previdenciários. Apesar de ter sido eleito com a esperança de mudar a realidade social e econômica da classe trabalhadora, ele se limita a utilizar as “bolsa isso, bolsa aquilo”, explorando a miséria popular.

Não podemos esquecer a dimensão internacionalista do 1º de Maio, somos solidários com o povo irmão do Haiti que sofreu com o terremoto, mas que continua sofrendo cotidianamente com a ocupação militar estrangeira (inclusive brasileira). Sem contar a ação imperialista dos EUA que se faz presente pelo mundo inteiro, de modo muito evidente no Haiti e no Oriente Médio, em particular na Palestina, no Iraque e no Afeganistão.

Por tudo isso é que o 1º de Maio de Luta é na Sé!