A CUT e a Força Sindical lançaram uma campanha pela redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas. Estão encaminhando um abaixo-assinado (falam em um milhão de assinaturas) como forma de pressão sobre o Congresso. Isto inclui alguns atos e um dia de mobilização nacional, dia 28 de maio.

Nós fazemos um chamado a essas centrais para que essa campanha seja pela redução da jornada, sem redução dos salários e direitos. Até agora, não tem sido assim.
Como essas centrais têm um compromisso direto com o governo e os patrões, estão conduzindo essa campanha como uma negociação que pode levar a mais perdas para os trabalhadores. Estão aceitando o banco de horas e apoiando os patrões com a redução dos gastos trabalhistas (a “desoneração na folha de pagamentos”) e “incentivos fiscais”.

Para convencer os empresários, o Paulinho da Força Sindical propõe: “O governo tira os impostos da folha de pagamento e, na prática, paga o custo da redução”. Segundo Feijó, diretor executivo da CUT: “Não há discordância sobre a necessidade de desoneração da folha de pagamentos”.

Além disso, Mangabeira Unger, Ministro dos Assuntos Estratégicos, divulgou um documento propondo o início da reforma trabalhista, que inclua exatamente a desoneração da folha de pagamentos das empresas, com a redução do pagamento à Previdência.

Portanto, ao contrário das aparências, a CUT e a Força Sindical não estão encaminhando uma campanha pela redução da jornada de trabalho, mas uma negociação com os patrões e o governo que já está conduzindo ao banco de horas e pode desembocar numa reforma trabalhista.

Chamamos a CUT e a Força Sindical a encaminhar uma verdadeira campanha pela redução da jornada, contra o fator previdenciário, sem redução de salários e direitos e sem banco de horas. A luta dos trabalhadores da GM é um exemplo, porque recusaram a flexibilização dos direitos que a multinacional queria.

A proposta que o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos está discutindo é a de realizar mobilizações no dia 28 de maio para sua campanha e defender um outro programa, o da luta dos trabalhadores contra os patrões e o governo, e pela redução da jornada.
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