Atos classistas são realizados em várias capitais. Confira alguns delesSão Paulo
Cerca de duas mil pessoas participaram do protesto classista realizado na praça da Sé, centro da capital. A atividade foi convocada por diversas organizações como os fóruns das Pastorais Sociais e CEBs, Conlutas, Intersindical, MTST, MST, Conlute, FOE, Fórum de Luta dos Trabalhadores Desempregados, fórum dos ex-presos políticos, Consulta Popular, além de partidos de esquerda como PCB, PSOL e PSTU.

Sob o lema “os trabalhadores não vão pagar pela crise”, o ato foi a oposição às festivas e despolitizadas atividades das pelegas CUT e Força Sindical.
Representando o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Luiz Carlos Prates, o Mancha, recordou as lutas dos trabalhadores da Embraer contra as demissões e denunciou a falta de ação do governo.

“Lula poderia deter a onda de demissões pelo país. Bastaria assinar uma medida provisória que protegesse os trabalhadores contra as demissões”. Mancha completou exigindo a reestatização da Embraer.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) também passou por lá e fez uma saudação à manifestação. Dirceu Travesso, que falou pelo PSTU, denunciou a ocupação imperialista no Haiti e questionou o senador petista. “Suplicy devia dizer por que as tropas brasileiras estão lá no Haiti, a serviço do imperialismo”, disse.
Ele completou com a opinião do partido de que a crise mostra a real face do capitalismo e que é preciso “debater o socialismo de forma concreta, como única saída para a humanidade”.

O ato foi encerrado com a fala de Atnágoras Lopes, da Conlutas. Ele apontou a necessidade de um dia nacional de lutas contra o desemprego. “É preciso unir os trabalhadores. A crise aponta a necessidade de um dia nacional de paralisação, chamando inclusive as centrais governistas, para que os trabalhadores possam responder aos efeitos da crise”.

Belo Horizonte (MG)
Com a realização de um ato público seguido de passeata, o dia do trabalhador foi antecipado em Belo Horizonte. Em um ato unitário, centrais e entidades sindicais e populares e os movimentos sociais fizeram no dia 30 de abril uma manifestação na praça da rodoviária.

Estiveram presentes 400 pessoas, com destaque para a ocupação Dandara, ocorrida no último dia 9 de abril, na periferia da cidade, na qual estão acampados cerca de mil pessoas.

José Maria de Almeida, representante da Conlutas no ato, disse que era preciso exigir dos governos, principalmente de Lula, “que rompa com o FMI, suspenda a ajuda aos empresários e banqueiros, garanta a estabilidade no emprego a todos os trabalhadores através de medida provisória, reestatize Vale, CSN e Embraer e as coloque sob controle dos trabalhadores”.

Vanessa Portugal, do PSTU e do Movimento de Mulheres em Luta da Conlutas, afirmou que a unidade é importante, mas que “as centrais aqui presentes, em especial a CUT e a CTB, têm o dever de paralisar as suas bases no movimento sindical para construir um verdadeiro dia nacional de greves e paralisações”.

Falou ainda da importância de as mulheres estarem presentes no ato ao lado dos homens lutando por uma sociedade justa e sem desigualdades, pelo socialismo.
(Por Pedro Valadares, da Conlutas-MG)

Rio de Janeiro
Apesar da chuva, cerca de 250 militantes participaram do ato organizado pela Conlutas na Cinelândia. Na Quinta da Boa Vista, as centrais pelegas e governistas (CUT, Força Sindical e CTB) faziam o seu tradicional megashow com artistas. Sem falar, é claro, na farta distribuição de prêmios.

Além das falas das categorias, o ato foi marcado pelo lançamento do abaixo-assinado da Conlutas que exige do governo medidas de proteção aos trabalhadores contra a crise.

Um momento emocionante foi a homenagem a companheiros de luta que perdemos neste último ano. Foram homenageadas as companheiras Rogéria, da limpeza urbana de Niterói e fundadora do sindicato da categoria; Isabel Cristina, previdenciária, uma incansável batalhadora da luta contra o racismo, além dos dirigentes do MTST assassinados no último período.

A manifestação era de luta, mas também teve uma animada roda de samba com músicos populares e uma homenagem especial ao falecido sambista Luiz Carlos da Vila, que sempre se colocou à disposição dos movimentos sociais de luta, como no ato do 1º de Maio do ano passado.

(Alexandre, da Conlutas –RJ)

Belém (PA)
Cerca de 500 trabalhadores e estudantes saíram as ruas em Belém para protestar contra a crise e as demissões. Eles fizeram uma marcha da praça do Operário até a praça da República. “A crise internacional foi criada pelos ricos, e não pelos trabalhadores, mas nós trabalhadores é que pagamos. A palavra de ordem deste 1° de Maio é que os ricos paguem pela crise”, disse Neide Solimões, da Conlutas.

Estudantes, trabalhadores da saúde em greve, concursados do Estado que ainda não foram chamados, funcionários públicos e outras categorias, além do MST, participaram da atividade, organizada pela Conlutas e pela Intersindical.

Post author
Publication Date