Graves acidentes ocorrem em duas semanas seguidas e gerência responde com demissões e advertênciasDois acidentes, ambos envolvendo funcionários terceirizados, ocorreram no fim do último ano. Em novembro um caldereiro teve a região da orelha gravemente queimada por ácido sulfúrico. No dia 13 de dezembro dois caldeireiros foram queimados com parafina a 200°C durante a troca de uma bomba, um deles teve 15% do corpo queimado.

A resposta da empresa foi aplicar o sistema de “consequências”, leia-se punições. O resultado foi demissão de três terceirizados (um deles tinha 36 anos de refinaria) e punições aos empregados próprios, sendo mais branda conforme hierarquia superior (advertência verbal para o gerente, advertência por escrito para o supervisor etc.). Após circular a informação de que poderia haver punições de até 29 dias, foi comunicado, no início de 2010, punições mais brandas para os empregados próprios.

Chegou-nos a informação de que uma das válvulas envolvidas em um dos acidentes já havia sido pedida sua substituição, coisa que não foi feita durante a parada de manutenção para cumprir prazos e orçamentos.

Infelizmente, o Sindipetro Caxias (FUP) não respondeu a contento. Na verdade, nada fez até o presente momento. Inclusive, o gerente disse que tinha negociado as punições com o sindicato (eles negam).

Por outro lado, os trabalhadores se organizaram, realizaram reuniões na área, ligaram para o sindicato e começaram a rodar um abaixo-assinado para exigir que o sindicato convoque assembleia.

Na última segunda-feira, os companheiros da oposição local (União dos Petroleiros / FNP), com apoio do Sindipetro-RJ/FNP, realizaram um ato com cerca de 120 trabalhadores no arco da refinaria. O ato, que contou com a presença da Conlutas-RJ e também do Sindicato da Construção Civil, foi organizado com os companheiros entrando nos ônibus e pedindo para o pessoal descer. A refinaria chegou a desviar a entrada da maioria dos ônibus para que não tivéssemos acesso aos que chegavam, mas nem isso impediu a realização do ato.

O abaixo-assinado foi entregue na sede do sindicato após o ato, e já contava com centenas de assinaturas, três vezes mais que as necessárias.

Os trabalhadores ainda aguardam a mudança de postura do sindicato, que ontem à noite estava reunido. Na manifestação, resolveu-se encaminhar a luta ferrenha contra as punições e pela reversão das demissões. Ficou a ideia também de realizar-se uma assembleia unificada de empregados próprios e terceirizados ainda esta semana.