A audiência em Brasília sobre a redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais sem redução de salários, ocorreu no último dia 25, mas não houve avanços. Os patrões estão irredutíveis e alegam que tal medida geraria um custo alto à economia, desemprego e um preço final elevado dos produtos fabricados no país.

O governo, especialmente o Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, deu declarações favoráveis ao projeto, citando o exemplo de outros países da Europa em que a média é de 41,1 horas semanais para homens e 35,2 para mulheres. Outra justificativa utilizada por Lupi, foi a geração de empregos que esta medida proporcionará. No entanto, se não houver pressão efetiva, mesmo sabendo dos benefícios da redução da jornada, o governo Lula, como já fez em tantos momentos, vai ceder aos patrões.

O impasse no Congresso mostra mais uma vez que somente com mobilização iremos conseguir a redução da jornada sem redução salarial. No Congresso só vamos conseguir um acordo rebaixado.

As centrais sindicais vão propor um acordo às entidades patronais, alegando que na Constituição de 1988 a carga horária foi gradualmente reduzida. Naquela época, uma hora a cada seis meses. Será discutido com o presidente da Câmara Michel Temer (PMDB-SP) sobre este possível acordo e inclusão da proposta no debate.

A Conlutas reafirma: não haverá acordo algum se não houver mobilização. Por isso, as centrais sindicais precisam organizar um dia de paralisações das categorias em luta e em campanha, incluindo em suas bandeiras a redução da jornada sem redução de salários.

Só com mobilização, a redução da jornada de trabalho sem diminuição dos salários será conquistada. É necessário arrancar já a jornada de 40 horas para avançarmos em direção à jornada de 36 horas semanais.

Com informes da Conlutas

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