Ativistas no bloco
Raíza Rocha

Na segunda-feira de carnaval, o bloco do PSTU Que os ricos paguem pela crise levou seus protestos contra a crise econômica mundial para a Mudança do Garcia, festa popular que reúne todos os anos mais de 20 mil pessoas nas ruas de Salvador, entre moradores do bairro, sindicatos e partidos políticos.

O cortejo formado por carroças, cavalos, batucadas, veículos enfeitados, foliões fantasiados e blocos animados, parte do final de linha do bairro Garcia em direção ao circuito Osmar de carnaval (Campo Grande) com muita irreverência e contestação. Ao longo do trajeto, cartazes, faixas e marchinhas denunciavam, com humor ácido, políticos como o prefeito João Henrique, o governador Jaques Wagner, Lula, Bush e Obama.

Frases como “Carlismo ou Geddelismo? Entre a cruz e caldeirinha” e “João, João. O folião também é cidadão. Precisa de remédio, saúde e educação” são alguns dos protestos que transformam o maior bloco popular do carnaval em visibilidade para bandeiras históricas dos trabalhadores.

A crise econômica mundial foi o tema do Bloco do PSTU, que contou com a participação de militantes e simpatizantes do partido e ativistas da Conlutas. Vestidos com a blusa “PSTU nas festas populares”, o partido entoava ao som de uma marchinha de carnaval que a conta da crise deve ser paga pelos ricos e não pelos trabalhadores: “Não, não pago não. Essa crise não é nossa, essa crise é do patrão!”.

“Bolsa de pobre não cai, já está no chão” ou “A marolinha vai virar maré de março” que faz referência à declaração do presidente Lula de que a crise econômica seria leve, foram alguns dos cartazes levantados pelos foliões contra os ataques aos trabalhadores fruto da crise.

Uma das origens possíveis desse bloco popular foi a expulsão de uma prostituta do bairro. Hostilizada pelos vizinhos resolve se mudar do local. Ela veste sua melhor roupa, aluga uma carroça enfeitada e sai pela rua principal do bairro Fazenda Garcia, bem perto do Centro de Salvador, despertando a atenção de moradores e foliões que se preparavam para curtir o Carnaval. A partir daí, organizações populares e moradores saem às ruas para protestar em uma das maiores festas populares do carnaval de salvador.