No dia 14 de julho, quinta-feira, durante entrevista em estúdio com a professora Beatriz Lugão, da Coordenação Geral do SEPE, a repórter da Globo preparou o terreno: “agora uma pergunta delicada”. A partir daí, em um curto espaço de tempo, foi disparada uma série de ataques a nosso partido, o PSTU.

Os apresentadores tentaram passar a imagem que a greve dos profissionais da educação estaria a serviço de candidaturas às próximas eleições municipais; citou supostas agressões ao secretário estadual de Educação, Sr. Wilson Risolia; e chegou a apontar a participação do PSTU nos atos contra Obama, afirmando um “descontrole” no protesto em frente ao Consulado. O pano de fundo era tentar uma desqualificação de nosso partido e da greve, uma das mais fortes já vistas.

Veja a entrevista

Os profissionais da educação saberão responder ao desrespeito com a categoria, saberão responder à tentativa da Globo de reduzi-los a ingênuos, a mera massa de manobra acrítica. A manutenção da greve e a conquista das reivindicações será uma boa e contundente resposta.

O ódio de classe nutrido contra o PSTU pela Globo, por Cabral, pelos ricos e poderosos é uma reação à política de nosso partido de ser um porta-voz dos anseios e necessidades dos trabalhadores e do povo pobre e ao fato de nosso partido ser parte integrante de suas lutas, mobilizações e reivindicações.

Temos orgulho de ter estado e permanecido ao lado dos trabalhadores e do povo pobre vitimados nas enchentes da região serrana. Junto com outros partidos e entidades políticas e sindicais ajudamos a materializar os comboios de solidariedade classista organizados a partir da CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular) que levaram mantimentos, remédios e água às vítimas. Mas levamos também a denúncia que mais que vítimas das chuvas nossos irmãos e irmãs trabalhadoras foram vítimas da irresponsabilidade dos diferentes governos – Cabral e Dilma entre eles – que não investiram em prevenção e ainda hoje deixam parte das vítimas sem apoio. Temos orgulho de hoje estarmos, junto aos desabrigados e moradores da região serrana lutando contra a corrupção nas prefeituras, e exigindo a imediata reconstrução dos bairros operários que estão abandonados pelo poder publico.

Quando Dilma promulgou o ridículo aumento do salário mínimo e os deputados aumentaram os próprios salários em 62%, nosso partido nas ruas exigiu aumento zero para deputados e 62% para o salário mínimo.

A mando de Obama e Dilma, o governo Cabral montou uma farsa tentando acusar o PSTU de ser uma organização terrorista. Agradecemos aos trabalhadores, aos intelectuais, aos democratas, aos partidos e dirigentes sindicais que se colocaram na intransigente defesa do nosso partido e de todos os perseguidos políticos durante a visita do presidente dos Estados Unidos.

Cabral tentou, com uma farsa jurídica, dar satisfações à Dilma e ao novo senhor da guerra – Barack Obama mandou para os presídios do Rio estudantes, professores, advogados, lutadores, que simplesmente defendiam nosso petróleo e os interesses do nosso povo. O PSTU se orgulha de ter estado à frente, com outros partidos, sindicatos e organizações do movimento social, das mobilizações que quebraram a tentativa de criar consenso em torno da visita do chefe maior do imperialismo. Fomos parte ativa em denunciar que Obama veio ao Brasil a convite de Dilma para arrancar garantias de posse do pré-sal para empresas ianques, para conseguir fôlego político para atacar a Líbia, para garantir a manutenção de tropas na ocupação do Haiti. Os protestos obrigaram Obama a abandonar a cerimônia na Cinelândia, e ter de se esconder no Theatro Municipal.

Antes mesmo de o Rio se tingir de vermelho com a força da luta dos bombeiros e do apoio da população, nossos militantes já levavam solidariedade à luta dessa categoria. O vermelho de nossas bandeiras tremulou junto às de outros partidos e sindicatos no acampamento da Assembléia Legislativa e estava na marcha dos 50 mil em apoio aos bombeiros e aos profissionais de educação. Temos orgulho de ter produzido um slogan que dizia “somos todos bombeiros”, e ter feito um adesivo e um cartaz defendendo a liberdade dos 439 bombeiros presos por Cabral , adesivo usado por dezenas de milhares de trabalhadores e estudantes que denunciavam Cabral como ditador do Rio e exigia reajsute para os bombeiros e professores.

Há anos o vermelho de nossas bandeiras é parte da luta dos profissionais da educação. Temos orgulho de ser parte de uma das categorias que mais luta em nosso estado. Estaremos comemorando juntos e orgulhosamente a vitória da greve.

Os ataques da Globo, as farsas jurídicas de Cabral não nos intimidam. Ao contrário, o temor que nossas poucas bandeiras causam nada mais é que o pesadelo constante dos ricos e poderosos: cedo ou tarde os trabalhadores e o povo pobre descobrirão o poder de sua unidade e saberão quebrar as correntes que os mantém presos à exploração. O vermelho de nossas bandeiras não os permite esquecer que a alternativa ao mundo deles, esse mundo de fome, miséria e violência que o capitalismo reserva, está mais viva que nunca. A alternativa é que nós trabalhadores tomemos nossos destinos em nossas próprias mãos e governemos nós mesmos, no socialismo com democracia.

Aos ataques e ao ódio da Globo, de Cabral, dos ricos e poderosos respondemos com uma certeza: nenhum passo daremos atrás!

Juntos, sendo parte dos profissionais da educação, respondemos a eles: A GREVE CONTINUA, CABRAL A CULPA É SUA!

Julho de 2011
PSTU Rio de Janeiro
rio.pstu.org.br