De Luiz Fernando da Silva
São Paulo: Editora Corações e Mentes, 2004. 212p.

Por Iraci Borges, de Bauru (SP)

O livro “Pensamento Social Brasileiro: Marxismo Acadêmico entre 1960 e 1980”, de Luiz Fernando da Silva, analisa a trajetória de intelectuais acadêmicos da USP, que introduziram na universidade a discussão em torno do materialismo histórico e dialético. O Grupo d’O capital, como ficou conhecido, realizava discussões desde 1958 sobre a obra principal de Karl Marx. Como figuras principais destacavam-se Fernando Henrique Cardoso, Octavio Ianni, Francisco Weffort, José Arthur Giannotti e outros.

A obra analisa a produção teórica desses intelectuais, em duas décadas, verificando como os conceitos marxistas serviram para uma nova interpretação da realidade brasileira. A partir daí, discute conceitos do grupo sobre a industrialização, a classe operária e a burguesia, o Estado brasileiro e, especialmente, a  conhecida “teoria” da dependência.

Sustentando que a discussão sobre democracia e sociedade civil, na década de 1970, esteve respaldada por muitas das formulações desse grupo, o autor constrói sua tese a respeito da influência política e ideológica que essa corrente de intelectuais teve sobre a esquerda brasileira, a partir do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP). Para ele, o deslocamento político para o campo reformista de inúmeros intelectuais, militantes e organizações, que se consideravam marxistas e revolucionários, ocorre a partir dessa referência. Ou seja, considera que, embora não sendo a única determinante nem a principal, essa interpretação sobre a democracia e a sociedade civil condicionou os horizontes ideológicos da esquerda brasileira.

Pedidos: (11) 3105-6191 ou [email protected]

 

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