Movimento de ocupação conseguiu reverter os cortes no orçamento das universidades estaduais do ParanáOs Estudantes da UEM (Universidade Estadual de Maringá) promoveram entre os dias 25 de agosto a 2 de setembro a primeira ocupação de reitoria sob o governo paranaense de Beto Richa (PSDB), o que mostra que as políticas de precarização da universidade e da educação como um todo estão presentes em todos os níveis de governo, federal ou estadual.

Um corte de 38% do orçamento das universidades públicas, seguido de outro corte de 15% de todas as secretarias do estado, junto com a já atual precariedade da educação que se vê diariamente, com falta de salas de aula, laboratórios, professores, funcionários e uma política de acesso e permanência na universidade mobilizaram os estudantes da UEM com um objetivo claro: derrotar o governo em sua política de sucateamento do ensino público.

Foram oito dias intensos de luta política, organização rigorosa e disciplina exemplar. Os atos organizados pelas assembléias contavam com cerca de 2 mil pessoas e mostraram a força e a disposição dos estudantes em permanecer na ocupação até que a pauta de reivindicações fosse atendida pela reitoria e governo do Estado.

No ato de desocupação, realizado no dia 2 de setembro, o clima era de imensa euforia e vitória, o que não poderia ser diferente. Um dia antes a reitoria pronunciou-se atendendo integralmente todas as reivindicações impostas pela mobilização. Esta ocupação que entra para a história da universidade como a maior ocupação de reitoria da UEM, também fica marcada por conquistas como a construção da casa do estudante, ampliação do restaurante universitário e a mais importante de todas: a reversão dos 38% das verbas de custeio cortados no final do ano passado aos cofres das universidades públicas paranaenses.

As contra-propostas feitas pelos estudantes foram acatadas na íntegra pela reitoria e governo estadual, porém nenhuma confiança deve ser dada a isso. Manteremos as mobilizações, a fim de cobrar a efetivação das reivindicações. A ANEL que se fez presente na luta desde seu inicio, continua ao lado dos estudantes da UEM, para que possamos juntos, derrotar os projetos neoliberais de educação do estado do Paraná e no Brasil.

O que fica é a confirmação de que a partir da luta são sim possíveis vitórias, e são por elas que os estudantes da UEM continuaram lutando.

*coordenador geral DCE-UEM e militante do PSTU