No 1º de Maio, a CUT reafirmou sua política governista e seu distanciamento das lutas. Essa postura abre uma polêmica no campo da esquerda da CUT. O que defender diante desta situação? Para a maioria dos companheiros do Fortalecer a CUT e da Esquerda Socialista e Democrática, deve-se somente lutar por dentro das instâncias da central, para “empurrá-la” para as lutas. Coerentes com essa posição, boicotaram os Encontros Sindicais da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) que estão acontecendo nos estados.

Discordamos dos companheiros. Primeiro, porque devemos continuar batalhando contra as posições da Articulação no interior da CUT. Mas, hoje, frente aos desafios que estão colocados para a classe trabalhadora, é decisiva a construção de fóruns que possam encaminhar as lutas. Por isso, foi correto a postura dos sindicatos combativos, da Pastoral Operária e dos Movimentos Sociais que construíram os atos do 1º de Maio alternativo e de luta e não participaram dos atos governistas da CUT. Se fosse correta a posição dos companheiros do Fortalecer a CUT e da Esquerda Socialista e Democrática, teríamos de nos contentar em estar nos atos da CUT, idênticos aos da Força Sindical.

Se a CUT não mobiliza, se está com o governo e contra as greves, temos de organizar os sindicatos e tocar as mobilizações. Neste sentido, estão corretos o Andes, Unafisco, Fenafisco, Federação Metalúrgica de Minas Gerais, entre outras entidades, que formaram a Conlutas com esse objetivo. É lamentável que o Fortalecer a CUT e a maioria da Esquerda Socialista e Democrática se neguem a participar da Conlutas, alegando que esta é fabricada pelo PSTU. Isso é uma mentira, que só ajuda o governo e a CUT governista. Quanto mais dividido o movimento, mais fácil será para o governo atacar os trabalhadores.

Chamamos os companheiros a rever sua posição e, juntos, construirmos as coordenações estaduais, para lutar contra as reformas de Lula, apoiar as greves em curso e preparar as caravanas para Brasília no dia 16 de junho.

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