Apesar da pouca documentação, é muito provável que o primeiro ato do 1º de Maio, no Brasil, tenha ocorrido em Santos (SP), em 1895, um dos mais importantes centros operários na época.

Em 1925, o governo procura descaracterizar o dia de protesto, transformando o 1º de Maio em feriado, tentando transfor-má-lo em uma festa oficial. Nos anos 30, com o Estado Novo de Vargas, tal política se amplia, iniciando o costume dos presidentes de fazerem pronunciamentos demagógicos e anunciarem miseráveis aumentos do salário mínimo.

Com a Ditadura Militar (1964-1985), a repressão ao 1o de Maio combativo aumentou de forma brutal, e os atos oficiais eram os únicos permitidos. O movimento não aceitou passivamente. Em 1968, um protesto planejado pelas organizações de esquerda transformou a Praça da Sé, em São Paulo (local do ato oficial promovido pelo governo do estado num campo de batalha), com a destruição do palanque oficial.

O 1o de Maio também foi uma data importante para manifestações contra a ditadura, como nos atos de São Bernardo do Campo, de 1979 e 1980, que reuniram mais de 150 mil pessoas, resgatando o caráter combativo.

Após a queda do Muro de Berlim e das transformações do PT, o 1o de Maio vem sendo esvaziado pela direção da CUT. Seu sentido de dia de luta foi abandonado, passando a um dia de festa e shows musicais, seguindo os passos da Força Sindical.

Post author Rodrigo Ricúpero*, de São Paulo (SP)
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