Carlos Alberto Ferreira Braga, o compositor carioca Braguinha, morreu, aos 99 anos, na véspera de Natal, deixando mais de 400 músicas gravadas, dentre elas verdadeiros “clássicos” como “Carinhoso” (gravada com Pixinguinha) e “As pastorinhas” (com Noel Rosa).

Apesar de nunca ter estudado música, Braguinha foi dono de uma carreira recheada de sucessos que influenciaram de forma determinante toda a história da música brasileira no decorrer do século 20, tanto como melodista quanto como letrista.

Muitas de suas canções, principalmente suas atemporais marchinhas de carnaval, são, até hoje, as favoritas do público, como “Chiquita Bacana”, “A turma do funil”, “Balance”, “Linda lourinha”, “Pirata da perna de pau” e “Touradas de Madri”

Dotadas de letras bem humoradas e, geralmente, alicerçadas na cultura e temas populares, as canções de Braguinha marcaram época não só por isso, mas também por sua extrema criatividade e requinte musical, o que permitiu que o músico dialogasse com movimentos de vanguarda, como o tropicalismo e o teatro político. Exemplos disso foram a regravação de “Yes, nós temos banana”, por Caetano Veloso, na década de 60, e a utilização da mesma música na peça “O rei da vela”, dirigida por José Celso Martinez no mesmo período.