Ativistas ocuparam as escadarias do Teatro Municipal
Luciana Candido

Cerca de 150 pessoas participaram, nesta sexta-feira, 19, de ato na capital paulista. A manifestação aconteceu nas escadarias do Teatro Municipal, no centro da cidade. O evento foi organizado pela CSP-Conlutas, ANEL, MTST, entre outras organizações, e faz parte da Jornada Nacional de Lutas.

Do rechaço à reforma da Previdência até a exigência da abertura dos arquivos da ditadura, as reivindicações mostraram que os trabalhadores estão perdendo a paciência. Todas as falas denunciaram as políticas do governo Dilma contra os trabalhadores e exigiram salários e direitos. “O nosso dinheiro tem que ser investido aqui, e não para banqueiro”, disse Vanessa de Souza do MTST.

Vanessa também denunciou a criminalização dos movimentos sociais. Como ativista do movimento por moradia, ela sabe bem o que é repressão. Os trabalhadores sem-teto sofrem permanentes despejos violentos de locais ociosos que só servem para especulação, como lembrou Vanessa.

Os estudantes presentes também defenderam 10% do PIB para a educação. Essa bandeira é parte de uma campanha nacional em defesa da educação. Representando a ANEL, Paulo Henrique “Bahia” disse que os estudantes brasileiros precisavam “seguir o exemplo dos estudantes do Chile e ir para as ruas contra a privatização da educação”.

Infelizmente, não estamos vendo no governo da primeira presidenta do país um apoio para as lutas das mulheres”, disse Camila Lisboa, do Movimento Mulheres em Luta. Ela defendeu as bandeiras históricas da luta da luta feminista que Dilma abandonou. “Dilma tratou a legalização do aborto como moeda de troca com os setores mais conservadores”, afirmou. Camila ressaltou a importância de organizar as mulheres para lutar por direitos como creche nos locais de trabalho, chamando a todas a se juntarem às campanhas salariais que estão por vir.

“A classe trabalhadora ainda sofre o preconceito com a homofobia, o machismo e o racismo”, disse Fábio Bosco, do PSTU. “A presidente Dilma, dia após dia, diz que o Brasil está bem, está crescendo, mas para a classe trabalhadora, nada está vindo”, falou. Bosco destacou as lutas que estão acontecendo na Europa e no mundo árabe, em que os trabalhadores se levantam para defender seus direitos, dizendo que temos de nos levantar também.

Trabalhadores têm de resistir
A Jornada Nacional de Lutas começou nesta quarta-feira, 17, e vai até o dia 26 de agosto. Nestes dias, devem acontecer manifestações em todo o país com o objetivo de preparar os trabalhadores para os possíveis ataques que sofrerão. Governo e empresários visam diminuir e retirar direitos com a desculpa de se prevenir da crise econômica.

Essa política já começou, com o ataque às aposentadorias anunciado por Dilma esta semana. Ao mesmo tempo, o governo dá incentivos às empresas, que batem sucessivos recordes de lucros. Isso sem falar da propaganda oficial que exalta o crescimento do Brasil.

Os trabalhadores produziram a riqueza que gerou os lucros, mas não têm sequer aumento real de salários na maioria das vezes. É justo que, agora, eles cobrem o que é seu. “Que o bolo seja redistribuído para quem realmente gera a riqueza desse país”, disse Bosco.

Convocam a Jornada de Lutas, entre outras organizações, CSP-Conlutas, ANEL, Intersindical, Andes-SN, MST, MTST e Cobap.