A greve na Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz (ESALQ), a USP de Piracicaba, está entrando para a história da cidade. Há duas semanas os funcionários da mais antiga escola de agronomia do país estão parados por melhores salários e pelo aumento do repasse de verbas para a universidade. Esta greve é parte da luta unificada de professores, funcionários e estudantes da USP, Unesp, Unicamp e Centros Paula Souza. A mobilização das universidades paulistas reivindica aumento salarial de 7% (o governo PSDB/PFL ofereceu 0,75% para maio e 1,70% para outubro de 2006) e, também, aumento no investimento estadual no ensino geral de 30% para 33% da receita de impostos. Da mesma forma, a luta é para que a destinação de recursos para as universidades aumente de 9,57% para 11,6% do ICMS.

A greve dos funcionários da ESALQ já se tornou histórica, pois além de contar com uma grande adesão, sendo as assembléias bastante representativas, os ativistas estão construindo a organização da categoria. Por um lado, iniciaram a construção do SINTUSP em Piracicaba e derrubaram a associação pelega que está contra a greve. A traição é tamanha que, para tentar desmontar um piquete, o presidente da associação chegou a atropelar um piqueteiro.

Os grevistas iniciaram a construção da Conlutas na cidade com o objetivo de unificar as lutas dos trabalhadores. Eles participaram do Conat, apresentaram a Conlutas nas assembléias de greve, estiveram presentes no ato estadual do dia 21 de junho e, agora, preparam-se para a reunião estadual da Conlutas, no dia 8 de julho, em São Paulo.

Com muita criatividade, em shows e atividades culturais nos piquetes, e também bastante barulho, a luta dos companheiros segue. Para Carlos Alberto, um dos dirigentes da greve, “a gente acredita que só a mobilização pode pressionar a Assembléia Legislativa do estado de São Paulo a votar a favor da educação.” Nesta quinta-feira, dia 29 de junho, será votado o orçamento para as universidades paulistas. No ano passado, assim como o governo Lula cortou bilhões da educação, Alckmin vetou um aumento de R$ 470 milhões para as universidades estaduais.

Todo apoio à luta dos trabalhadores da ESALQ! Todo apoio à mobilização das universidades estaduais paulistas!