Os trabalhadores da construção civil de Fortaleza completam nesse dia 28 uma semana de greve. Os operários reivindicam 15% de reajuste e folga aos sábados. Atualmente, algumas empresas obrigam o trabalho aos sábados e a patronal quer agora institucionalizar a prática.

A greve segue forte e bastante radicalizada. Apesar do crescimento do setor de construção civil, os salários seguem arrochados e extremamente rebaixados. O piso para servente de obras está hoje em R$ 415, um salário mínimo. A categoria está indignada e mobilizada.

Nessa segunda-feira, dia 28, ocorreu mais uma rodada de negociação com o Sindscon-CE, o sindicato patronal. Os patrões se mantêm irredutíveis. Semana passada apresentaram uma proposta diferenciada aos trabalhadores, que estabelecia 8% de reajuste ao piso mais baixo, mas percentuais menores às outras funções. Assim, o servente, que ganha um salário mínimo, passaria a ganhar R$ 424.

Enquanto ocorria a negociação, os operários percorreram em piquete as obras da cidade e realizaram uma grande assembléia na Praça de Portugal, no bairro de Aldeota, parte nobre da cidade que concentra grande parte das construções. Nos poucos canteiros aonde havia trabalhadores, os piqueteiros conseguiram retirá-los. Um policial chegou a dar um tiro para o alto, mas os grevistas não recuaram.

A imprensa e os patrões fazem uma intensa campanha contra a greve e com o intuito de desgastar os trabalhadores entre a população. Apesar disso, o movimento encontra solidariedade em outras categorias, como os gráficos, as trabalhadoras da confecção feminina e a oposição ao Sindicato dos Rodoviários. Uma nova rodada de negociação ocorre na próxima sexta-feira, dia 2 de maio.

1º de Maio
O ato de 1º de Maio deve reunir os trabalhadores da construção civil em greve e as demais categorias, numa grande manifestação que sai em passeata pela manhã da Praça do Liceu até Carlito Pamplona, bairro popular tradicional de Fortaleza.

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