As eleições funcionam para que tudo permaneça sob controle da burguesiaA farsa da democracia é construída desde a legislação eleitoral, que determina as regras do jogo, até o empresariado que financia as grandes campanhas eleitorais.

O que estabelece o tempo que cada partido tem na campanha eleitoral (Rádio e TV) é o número de deputados eleitos no último pleito. Desta forma, os partidos tradicionais que sempre dominaram a política nacional têm todas as condições de se manterem no poder. Além disso, essa regra também favorece todo tipo de aliança, beneficiando candidatos que fazem de tudo para se elegerem. Um exemplo é a união entre o candidato petista à prefeitura de Nova Iguaçu (RJ), Lindberg Farias, com o PFL e o PSDB, que lhe rendeu 10 minutos no horário eleitoral.

Os debates promovidos por emissoras de TV também explicitam o favorecimento aos poderosos. A legislação eleitoral só garante espaço para os partidos que tenham representação parlamentar. Os demais ficam restritos a uma pequena divulgação da agenda dos seus candidatos na TV.

Financiamento: quem paga a banda…

Para garantirem sua perpetuação no poder, os representantes da burguesia não poupam recursos. Nas eleições de São Paulo, Marta Suplicy (PT), Luiza Erundina (PSB/PMDB) e o candidato José Serra (PSDB), declararam que irão gastar, cada um, R$ 15 milhões. Já Paulo Maluf (PP), afirmou que gastará “apenas” R$ 5 milhões. Isso é somente o declarado à justiça eleitoral. As grandes campanhas eleitorais, desde panfletos até as superproduções de TV, são financiadas por empresários, banqueiros e fazendeiros.

Os maiores financiadores de campanhas, não por acaso, são justamente aqueles que têm interesse em licitações de serviços públicos. Nas eleições de 2002, por exemplo, o maior doador da campanha eleitoral foi a Odebrecht, mega-empresa do ramo de infra-estrutura. Outra grande financiadora foi a construtora OAS, que tem como sócio um ex-genro de ACM. Ela financiou as campanhas de, entre outros, Geraldo Alckmin (PSDB), Benedita da Silva (PT), Esperidião Amin (PPB) e do próprio Lula.

O atual presidente nacional do PT e ex-candidato ao governo de São Paulo, José Genoíno, teve grande parte de sua campanha financiada por Antônio Ermírio, seja através do grupo Votorantim, seja através de suas empresas, como a Cia Brasileira de Alumínio. Ele também recebeu doações da Bovespa. Já a campanha de Lula teve como um de seus maiores financiadores o banco espanhol Santander, com R$ 1,4 milhão.

PSTU denuncia farsa

O PSTU participa das eleições sem ilusão de que elas representem uma oportunidade de mudança na vida da população. Toda a campanha eleitoral do PSTU é financiada pelos próprios militantes e através de contribuições de trabalhadores. O partido aproveita para divulgar seu programa e denunciar a farsa da democracia burguesa, afirmando a necessidade de uma ruptura com o sistema capitalista e da construção de uma nova sociedade socialista.

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