Redação
Temer anunciou na noite dessa terça-feira, 21, a retirada dos servidores públicos estaduais e municipais da proposta de reforma da Previdência. O recuo do governo se dá menos de uma semana depois do dia nacional de paralisação do dia 15 de março que agitou o país contra a reforma da Previdência, e demonstra a força do movimento que paralisou fábricas, órgãos públicos, transporte público, e contou com mobilizações de massa em várias partes do país.
O anúncio foi realizado após uma reunião com lideranças dos partidos. “Surgiu com grande força a ideia de que deveríamos obedecer a autonomia dos estados“, afirmou à imprensa Michel Temer. Segundo o governo, cabe agora aos governos estaduais e municipais elaborar as suas próprias reformas.
Se esse recuo é uma vitória do movimento, tanto do dia 15 quanto das inúmeras greves que o funcionalismo estadual, sobretudo os professores, protagonizaram país afora, também é uma manobra do governo de jogar parte do desgaste da reforma da Previdência para os governadores. Desta forma, o Governo Federal imporia a reforma nos estados como parte de uma barganha na renegociação das dívidas, no marco de um pacote de austeridade com outros ataques, tal como ocorre agora no Rio de Janeiro.
Greve Geral
Apesar do recuo indicado por Temer, os servidores estaduais não estão livres da ameaça a suas aposentadorias. Uma vez aprovada em Brasília, é questão de tempo até que chegue às demais categorias. É preciso, antes de tudo, manter e ampliar a mobilização contra a reforma da Previdência e trabalhista do governo Temer.
O recuo do governo é uma demonstração a mais da necessidade de uma Greve Geral. Se entramos todos em greve, como os trabalhadores da educação nos estados, derrubamos essa reforma.
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