LIT-QI

Liga Internacional dos Trabalhadores - Quarta Internacional

Leia a declaração conjunta da UST (Venezuela), PST (Colômbia), Worker’s Voice (EUA), PSTU (Brasil), PSTU (Argentina) e Corriente Roja (Estado Espanhol) sobre a crise na Venezuela

Os trabalhadores é que devem expulsar Maduro!

Fora Maduro!

A política intervencionista do imperialismo ianque, em aliança com governos de direita na América Latina, deu um salto em relação à Venezuela.

As anotações de John Bolton[1], que revela “5000 tropas para a Colômbia” e o sobrevoo de aviões militares americanos no território da Colômbia são sinais de que a ofensiva diplomática e sanções econômicas são a ponte para uma maior ofensiva imperialista, que já está em curso e aprofunda a cada hora que passa.

Trump e seus funcionários confirmaram que “todas as opções estão na mesa”, o que significa que, após a ofensiva diplomática e econômica contra Maduro, a ameaça de uma possível intervenção militar se aproxima.

Da mesma forma denunciamos a União Europeia, em especial o governo espanhol de Sánchez, em todo esse operativo imperialista contra a Venezuela.

Para fazer isso, Trump conta com valiosos aliados nos governos de direita da América Latina, parceiros no Grupo de Lima, liderados pelo governo do Duque na Colômbia, Bolsonaro no Brasil e Macri na Argentina, aqueles que a partir de Washington orquestraram esta ofensiva para derrubar Maduro e entregar o poder à oposição burguesa da Frente Ampla (FA).

Desde a sua chegada ao governo na Colômbia, Iván Duque assumiu a saída de Maduro como uma de suas prioridades. É por isso que tanto seu embaixador em Washington como seu representante na OEA assumiram a vanguarda na colaboração com o imperialismo para tirar Maduro.

A burguesia colombiana sempre foi aliada incondicional dos Estados Unidos no território latino-americano; na verdade, é o terceiro país do mundo a receber mais ajuda militar depois de Israel e do Egito. A Colômbia empresta seu território para o estabelecimento de bases militares e agora aprofunda esse compromisso de colaboração militar com o imperialismo como parceiro da OTAN.

Mas com a chegada ao poder de Bolsonaro se configurou uma pinça que aperta Maduro, que cada vez tem menos aliados no continente, de dois lados da fronteira.

A “ajuda humanitária” é a antessala da intervenção militar
Trump está dando o próximo passo em sua ofensiva ao anunciar o envio de “ajuda humanitária” para a Venezuela. Para isso, Duque e Bolsonaro anunciaram que emprestarão o território colombiano e brasileiro para que, através das fronteiras com a Venezuela, imponham o que chamam de corredores humanitários.

No passado, atrás do argumento humanitário, vieram as tropas e bombas que devastaram países inteiros. Sob esse argumento o Iraque e o Afeganistão foram arrasados e o Haiti foi invadido. Hoje, aproveitando a profunda crise de miséria, fome e abastecimento, virão para a Venezuela carregamentos de alimentos, guardados por forças militares, em uma ação intervencionista militar, disfarçada de “ajuda humanitária”.

Esta é a antessala da pressão de natureza militar, como uma nova etapa do cerco a Maduro.

As ameaças de intervenção militar já estão provocando uma nova onda de migrantes, fugindo diante dessa perspectiva. Milhares de venezuelanos fogem para as fronteiras com a Colômbia e o Brasil, aprofundando o drama dos imigrantes nesses países, submetidos à superexploração e às expressões xenófobas, por serem imigrantes.

É o povo venezuelano que tem que expulsar Maduro
Nosso rechaço à intervenção imperialista e à burguesia opositora de Guaidó não significa que apoiamos Maduro. O principal responsável pela tragédia na Venezuela é o próprio Maduro e o fracasso do projeto chavista.

A utopia reacionária do chamado socialismo do século XXI é uma farsa que deturpou, ante as massas venezuelanas e do mundo, o significado de uma alternativa socialista.

Vinte anos após seu início, o projeto chavista mostra seu balanço desastroso. O desastre econômico que causou a fome e a miséria sofrida pela população foi acompanhado pelo escandaloso enriquecimento de uma camada de militares e burgueses que, através da mais desenfreada corrupção se apoderou dos negócios do Estado.

Maduro deve cair, mas não pelas mãos do imperialismo. As massas venezuelanas que devem derrubar Maduro. A oposição burguesa, hoje comandada por Guaidó, só vai trazer ao povo venezuelano uma maior submissão ao imperialismo e a aplicação de duras medidas econômicas e sociais como estão fazendo os governos de Macri, Duque e Bolsonaro.

Unicamente as massas exploradas venezuelanas poderão dar uma solução de fundo para esta tragédia. Somente construindo uma alternativa independente de Maduro e Guaidó será possível ir a fundo ao que nenhum dos dois blocos burgueses garantirá ao povo venezuelano: um plano operário que garanta alimentos, saúde e salários que cubram as necessidades dos trabalhadores.

Somente impulsionando a organização independente dos trabalhadores, a auto-organização dos conselhos operários, a organização da base de soldados do exército e dos camponeses. Só assim pode ser construída esta alternativa para um verdadeiro governo operário e popular.

Fora o imperialismo da Venezuela!

Não a qualquer tipo de intervenção militar imperialista na Venezuela!

Rechaço operário e popular ao uso dos países latino-americanos como plataforma para a intervenção imperialista na Venezuela!

Expropriação de todas as grandes empresas imperialistas e da boliburguesia!

Abaixo Guaido!

Fora Maduro!

Por um governo operário e popular!

UST- Venezuela

PST-Colômbia

Worker’s Voice–EUA

PSTU-Brasil

PSTU-Argentina

Corriente Roja – Estado Espanhol

[1] Conselheiro de segurança nacional da Casa Branca

Tradução: Lena Souza