
Em outubro, o Conselho Curador do fundo, que decide para onde vai o dinheiro do FGTS (e cuja metade dos componentes é indicada pelo governo) aprovou o repasse de R$ 8,1 bilhões para o financiamento de moradias da chamada faixa 1, as famílias com rendimentos de até R$ 1,6 mil mensais. O FGTS já vinha sendo usado para custear o programa para as faixas 2 e 3 (para o qual foi destinado R$ 8,9 bilhões só este ano).
E agora, segundo reportagem publicada no Estadão desse dia 28, com essa nova medida, o FGTS seria responsável por 90% dos custos do programa.
Mas não seria uma coisa boa usar esse dinheiro pra financiar programa habitacional? Infelizmente, não é assim que vai funcionar. Só para se ter uma ideia, em 2016, estavam previstos R$ 15,5 bilhões para o programa. Com o ajuste fiscal, o governo cortou R$ 8,6 bilhões disso e agora vai usar o dinheiro dos trabalhadores para cobrir isso. Entendeu a malandragem? Dilma cortou o orçamento do Minha Casa Minha Vida para dar aos banqueiros e vai usar o FGTS pra tapar o buraco. O que os trabalhadores vão financiar, assim, não é a construção de casas populares, mas a política de ajuste fiscal para pagar a dívida pública e enriquecer meia dúzia de banqueiros internacionais.
E o governo ainda seguirá ajudando as constrututoras que terão agora seus lucros sustentados pelo dinheiro dos trabalhadores.
A verdade é que, só em 2015, o governo Dilma já destinou R$ 950 bilhões para o pagamento da dívida aos banqueiros. Com este dinheiro, daria pra construir mais de 20 milhões de habitações de R$ 45 mil, o valor máximo custeado pelo programa às famílias de menor renda. Três vezes o número de casas necessárias para resolver o déficit habitacional no país.
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